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ONU pede investigação "rápida e imparcial" de tragédia em Brumadinho

Os especialistas mostraram preocupação com recentes medidas recentes tomadas pelo Brasil para reduzir a regulação ambiental no país

Brumadinho: pessoas acendem velas no letreiro localizado na entrada da cidade mineira arrasada por desastre ambiental (Adriano Machado/Reuters)

Brumadinho: pessoas acendem velas no letreiro localizado na entrada da cidade mineira arrasada por desastre ambiental (Adriano Machado/Reuters)

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EFE

Publicado em 30 de janeiro de 2019 às 11h42.

Genebra - Um grupo de especialistas e relatores das Nações Unidas em direitos humanos pediu nesta quarta-feira uma investigação "rápida, profunda e imparcial" do acidente ocorrido na semana passada em Brumadinho, no estado de Minas Gerais, onde a ruptura de uma barragem de resíduos deixou pelo menos 84 mortos e mais de 200 desaparecidos.

Em comunicado, os especialistas lembram que o acidente é o segundo envolvendo a companhia Vale nos últimos três anos e questiona as medidas preventivas tomadas após o primeiro acidente, também ocorrido no estado de Minas Gerais.

"Pedimos ao Governo que atue decididamente no compromisso de fazer tudo o que for possível para evitar a repetição destas tragédias e para levar os responsáveis perante a Justiça", afirmou o grupo de especialistas, entre eles os relatores de direitos humanos e meio ambiente Baskut Tuncak, Léo Heller e David Boyd.

Os especialistas também mostraram preocupação com recentes medidas tomadas pelo Brasil nos últimos anos para reduzir a regulação em matéria de proteção social e meio ambiente no país.

Além disso, exigiram que Brasília dê prioridade à avaliação da segurança das barragens no país, corrigindo os sistemas de licença e inspeção.

"Pedimos ao Governo do Brasil que não autorize novas represas de resíduos e nem atividades que afetem a integridade das que já existem até que haja garantias de segurança", diz o comunicado.

Este também se dirige à companhia Vale, à qual pede uma completa cooperação com as autoridades durante a investigação e que "atue de acordo com suas responsabilidades para identificar, prevenir e diminuir os adversos impactos nos direitos humanos".

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