Brasil

ONU está preocupada com retrocesso no combate à pobreza no Brasil

"Tivemos redução, nos últimos anos, mas, com a crise de hoje, há o risco de a população voltar aos níveis de pobreza anteriores", disse uma porta-voz da ONU

Pobreza: a redução da pobreza e temas como desigualdade social, corrupção e violência crescente integram a Agenda 2030 e os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (Getty Images/Getty Images)

Pobreza: a redução da pobreza e temas como desigualdade social, corrupção e violência crescente integram a Agenda 2030 e os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (Getty Images/Getty Images)

AB

Agência Brasil

Publicado em 12 de dezembro de 2016 às 13h09.

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) está atento a um possível retrocesso nas ações de combate à pobreza no Brasil diante da atual crise econômica, afirmou a representante do programa no país, Maristela Baioni.

"Tivemos redução [da pobreza], nos últimos anos, mas, com a crise de hoje, há o risco de a população voltar aos níveis de pobreza anteriores", disse Maristela que participou hoje (12) do seminário Diálogos sobre Prosperidade: Parcerias para o Desenvolvimento Sustentável, realizado na BM&F Bovespa, na capital paulista.

Segundo o Radar IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal), estudo do Pnud divulgado no mês passado, a proporção de pessoas com renda domiciliar per capita inferior a R$ 255, entre 2011 e 2014, diminuiu 9,3% por ano.

No período de 2000 a 2010, o decréscimo anual foi de 3,9%.

A redução da pobreza e temas como desigualdade social, corrupção, violência crescente, degradação do meio ambiente e déficit de infraestrutura integram a Agenda 2030 e os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Essas metas foram adotadas por 193 países-membros das Nações Unidas, incluindo o Brasil, a partir da Rio+20, em 2012.

Didier Trebucq, diretor do Pnud, defende que o Brasil aumente os esforços para a promoção do desenvolvimento humano, já que mais de 224 milhões de latinos correm o risco de voltar à pobreza, ou seja, 35% da população latina.

"Precisamos de medidas que permitam reforçar a inclusão produtiva", disse.

Segundo ele, atrair novos modelos de negócios e estratégias ajudam no desenvolvimento econômico.

Por isso, o programa fez um acordo de cooperação técnica com 2 mil micro e pequenas empresas, como forma de impulsionar o setor e a economia do país.

Já a coordenadora da Secretaria do Programa de Parcerias e Investimento da Presidência da República, Vanialucia Lins, disse que o governo quer impulsionar as concessões e parcerias público-privadas, capacitando servidores e levando mais informação à população.

"Os desafios são grandes, porque tem várias resistências ideológicas. Felizmente, a sociedade discute, agora, gastos, como a reforma da Previdência. Isso é importante porque os gastos não são ilimitados", disse.

Acompanhe tudo sobre:FomeONUPobreza

Mais de Brasil

Em depoimento ao STF, Cid diz que Bolsonaro 'sempre buscou fraude nas urnas'

Ao STF, Cid diz que Zambelli e Delgatti debateram fraudes nas urnas com Bolsonaro antes da eleição

Cid diz ao STF que recebeu 'dinheiro' de Braga Netto em plano para monitorar Moraes

Greve de caminhoneiros em Minas Gerais ameaça abastecimento de combustível