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Ônibus interrompem circulação na USP após ameaça de ataques

A interrupção causou transtornos para alunos e funcionários. A ameaça estaria relacionada ao velório de um suspeito morto por policiais na Favela São Remo


	USP: um ônibus e um táxi já haviam sido incendiados na noite de quarta-feira, 31 de agosto
 (Marcos Santos/USP Imagens)

USP: um ônibus e um táxi já haviam sido incendiados na noite de quarta-feira, 31 de agosto (Marcos Santos/USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 2 de setembro de 2016 às 19h18.

São Paulo - Uma ameaça de novos ataques interrompeu a circulação de ônibus no câmpus da Universidade de São Paulo (USP), na zona oeste da capital, nesta sexta-feira, 2.

A interrupção causou transtornos para alunos e funcionários. A ameaça estaria relacionada ao velório de um suspeito morto por policiais na Favela São Remo, vizinha à universidade.

Segundo informações de funcionários da segurança da USP, um Fiat Palio com três suspeitos parou no terminal de ônibus, próximo ao Portão 2, por volta das 11 horas.

Eles teriam ameaçado balear e incendiar os coletivos que circulassem nas imediações da Favela São Remo.

Um ônibus e um táxi já haviam sido incendiados na noite de quarta-feira, 31 de agosto. A suspeita é de que o ataque tenha sido em retaliação à morte do suspeito na comunidade.

Por causa da ameaça, as viações retiraram os veículos do local, que ficaram estacionados na Avenida Afrânio Peixoto, sob escolta da Polícia Militar de Trânsito.

O tráfego de circulares também foi interrompido. "No Portão 2 é facinho, facinho de atacar. É isolado, não tem segurança, a gente fica com medo", diz um motorista de ônibus.

A maior parte dos alunos e funcionários da USP precisou desembarcar no último ponto da Afrânio Peixoto, antes mesmo de acessar o Portão 1 da USP. De lá, os veículos retornam. Apenas alguns fretados circulam pelo câmpus.

Para sair da universidade, eles caminham até a Avenida Vital Brasil, onde fica a Estação de Metrô Butantã.

"A caminhada durou uma hora", diz a auxiliar de limpeza Marili Maria da Silva, de 41 anos, que trabalha na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP. "Também fico com medo de pegar ônibus aqui. Imagina se tocam fogo com a gente dentro?"

"Hoje não tem ônibus nenhum. Pegou todo mundo de surpresa", diz o jardineiro Antônio Jesus dos Santos, de 59 anos, que saiu da Escola de Comunicação e Artes (ECA) da USP. "É uma caminhada longa, cansa muito. Mas o pior é não saber se vai ter ônibus amanhã."

O universitário Jessé Jefferson, de 32 anos, que estuda Matemática à noite, diz que, desde o primeiro ataque, a circulação no câmpus mudou. "Peguei um ontem (quinta) à noite e o percurso dentro da USP foi diferente, mais breve", afirma.

Em nota o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanuss), disse que "as empresas que prestam o serviço de transporte coletivo na região da Cidade Universitária estão sendo orientadas pela Polícia Militar a não entrar na área, diante da ameaça recebida por fiscais das linhas de queima de coletivos nesta tarde".

A nota diz ainda que, "segundo informações recebidas pelas empresas, os estudantes também estão recebendo a orientação de não permanecer no câmpus no final da tarde".

"Lembramos que as empresas são remuneradas pelo número de passageiros transportados, não interessando deixar de operar a não ser por causas plenamente justificáveis, como a segurança de seus operadores e dos passageiros", diz ainda a nota.

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