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ONG estima que desmatamento vai dobrar até 2030

A organização considera que uma vez que a APA é menos restritiva, permitindo praticamente qualquer tipo de ocupação

Amazônia: governo alega que mudança vai conter desmatamento, ao permitir a regularização fundiária de quem está ocupando a região (Reuters/Reuters)

Amazônia: governo alega que mudança vai conter desmatamento, ao permitir a regularização fundiária de quem está ocupando a região (Reuters/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de julho de 2017 às 09h21.

São Paulo - Ao propor o projeto de lei que transforma 27% da floresta nacional (flona) em Área de Proteção Ambiental (APA), o governo federal alegou que a mudança vai conter o desmatamento, ao permitir a regularização fundiária de quem está ocupando a região.

Cálculo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) estima, porém, que o desmatamento na região pode mais que dobrar até 2030 e a emissão de 67 milhões de toneladas de CO2 (gás carbônico).

A organização considera que uma vez que a APA é menos restritiva, permitindo praticamente qualquer tipo de ocupação, até 2030 pode haver corte extra de 138.549 hectares. Isso considerando o ritmo do desmatamento dos últimos anos, que já levou a uma perda de 113.737 hectares na área da floresta nacional.

"Dada a dinâmica instalada na região, com sinais do governo de que pode avançar sobre a floresta que depois haverá regularização, não é a APA que vai segurar", afirma Paulo Moutinho, pesquisador do Ipam.

Na nota em que justificou a nova proposta de redução da floresta enviada ao Congresso, o Ministério do Meio Ambiente afirmou que para "evitar qualquer possibilidade de aumento do desmatamento na APA", foram incluídos dispositivos como: manutenção dos possíveis títulos emitidos à ausência de desmatamento ilegal e previsão de conversão de floresta para uso alternativo de no máximo 20% das propriedades.As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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