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ONG distribui brinquedos a crianças refugiadas no Rio

De acordo com Conselho Nacional de Refugiados, o Brasil abriga cerca de 4.400 refugiados de 79 nacionalidades, sendo 12% deles crianças e adolescentes


	Crianças: cerca de 30 crianças refugiadas que vivem no Rio receberam brinquedos em uma festa promovida pela ONG Eu Conheço Meus Direitos
 (SXC/SXC)

Crianças: cerca de 30 crianças refugiadas que vivem no Rio receberam brinquedos em uma festa promovida pela ONG Eu Conheço Meus Direitos (SXC/SXC)

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Da Redação

Publicado em 11 de outubro de 2013 às 18h01.

Rio de Janeiro - Cerca de 30 crianças refugiadas que vivem no Rio de Janeiro receberam na tarde de hoje (11) brinquedos em uma festa promovida pela organização não governamental (ONG) Eu Conheço Meus Direitos, para comemorar o Dia da Criança, celebrado amanhã (12).

O evento, que contou com a presença de mágicos e palhaços, ocorreu na sede do projeto de Atenção a Refugiados e Solicitantes de Refúgio, na Tijuca, zona norte da cidade, que desde 1976 dá assistência a refugiados no Rio.

A iniciativa da ONG, que ocorreu pela primeira vez na sede do projeto, conta com o apoio do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) e das Cáritas Arquidiocesana do Rio.

De acordo com o Conselho Nacional de Refugiados (Conare), o Brasil abriga cerca de 4.400 refugiados de 79 nacionalidades, sendo 12% deles crianças e adolescentes.

Segundo a coordenadora do projeto, Aline Thuller, os refugiados que mais se deslocam para o Brasil são da República Democrática do Congo, na África, com 570 pessoas, que estão em terceiro lugar no ranking de refugiados.

Em primeiro lugar está Angola, com 1.060 refugiados, seguida da Colômbia, com 738, e em quarto, a Libéria, com 211, e a Síria, com 138. "A Angola e a Libéria logo deixarão de fazer parte das estatísticas, pois está para sair a cláusula de cessação, pela qual receberão o documento de permanência no país", informou.


A congolesa Eureka Bokufe, de 26 anos de idade, que estava na festa com o filho, veio para o Brasil com 18 anos, quando sua província, Kivu, foi atacada por um grupo de rebeldes. “Deixei minha família para trás, vim sozinha com a ajuda da Federação de Judô, já que era campeã nacional.

Ainda no avião, vindo para cá, fui enganada por alguns africanos que acabaram roubando meus documentos. Eles foram comigo até a rodoviária e me largaram lá sem conhecer nada e nem ninguém. Por acaso, encontrei um angolano no local que me acolheu e me levou para este projeto.

Aqui recebi a assistência necessária para começar uma nova vida. Tive meu filho, que hoje tem 7 meses, e conheci meu atual marido. Não pretendo voltar para a África, minha vida aqui é muito boa, inclusive, estou tentando trazer meus cinco irmãos para o país também”, disse.

Os irmãos congoleses Acasia e Benjamim Mbumbam, de 7 anos e 6 anos respectivamente, que estão apenas há um ano no Brasil, não quiseram relembrar o passado, apenas aproveitar a festa e o novo país. “Gostamos muito daqui, é muito legal, bem melhor do que o lugar onde morávamos. Gostamos da comida, das músicas e da escola. Já temos muitos amigos aqui”, relataram.

A próxima festa da ONG, em comemoração ao Dia da Criança, será amanhã em São Paulo.

No próximo dia 18 a festa será celebrada no Rio Grande do Sul, encerrando em Brasília, no dia 20, onde a organização lançará um portal na internet com informações sobre crianças refugiadas em todo o mundo.

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