O ONS destaca que as variações na carga de eletricidade são fortemente influenciadas pelas condições climáticas (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Redação Exame
Publicado em 19 de fevereiro de 2025 às 16h23.
Última atualização em 19 de fevereiro de 2025 às 17h56.
A nova onda de calor, que atingiu o Brasil a partir de segunda-feira, 16, já provoca reflexos diretos no consumo de energia elétrica. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a demanda média de carga nas regiões Sudeste e Centro-Oeste alcançou um novo recorde de 54.599 MWmed — megawatts médios, métrica usada para medir energia em larga escala —, o que representa um aumento de 1,1% em relação ao pico registrado em 22 de janeiro, quando o valor havia sido de 53.997 MWmed.
Este é o segundo recorde de consumo em menos de um mês, o que indica uma pressão crescente sobre o sistema energético nacional.
O ONS destaca que as variações na carga de eletricidade são fortemente influenciadas pelas condições climáticas. As altas temperaturas provocam um aumento no uso de aparelhos de ar-condicionado, ventiladores e sistemas de refrigeração, ampliando a demanda por eletricidade, especialmente em regiões metropolitanas e centros urbanos de maior concentração populacional.
O fenômeno climático, que já é o terceiro registrado em 2025, afeta diversos estados do Brasil, incluindo São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é que a onda de calor possa se estender ainda para Goiás e Bahia, o que pode gerar novas pressões sobre a rede elétrica.
Em janeiro, a primeira onda de calor atingiu principalmente o Rio Grande do Sul, entre os dias 17 e 23. A segunda, ocorrida entre 2 e 12 de fevereiro, afetou novamente o Rio Grande do Sul e parte de Santa Catarina e Paraná, com o Inmet emitindo um aviso vermelho de grande perigo para essas regiões.
Com o aumento contínuo da temperatura no país, especialistas alertam que novas ondas de calor podem se tornar mais frequentes nos próximos meses. Isso coloca ainda mais pressão sobre a capacidade de geração e distribuição de energia elétrica, que já enfrentava desafios devido à seca prolongada e à diminuição dos níveis de água nos reservatórios.
À medida que o fenômeno se intensifica, o aumento da carga energética pode gerar instabilidades no fornecimento e levar a um aumento nas tarifas de energia. Em 2025, os sistemas de distribuição precisam se preparar para um cenário mais complexo, com a intensificação de fenômenos climáticos e a crescente demanda por energia, especialmente nas grandes cidades.
Essa realidade exigirá mais investimentos em fontes alternativas de energia e em sistemas de armazenamento mais eficientes para mitigar os efeitos do calor excessivo, que tem se mostrado cada vez mais frequente no cenário brasileiro.