Termômetro marca 40° Celsius no Rio de Janeiro (foto de arquivo): tempo quente no Sudeste é consequência do bloqueio da frente fria que vinha do Sul (Tânia Rêgo/ABr/Agência Brasil)
Agência Brasil
Publicado em 3 de fevereiro de 2019 às 16h29.
Última atualização em 3 de fevereiro de 2019 às 16h45.
As ondas de calor registradas neste verão devem arrefecer em fevereiro. A previsão é do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Segundo técnicos do órgão, os fatores que levaram à elevação da temperatura no mês passado, especialmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, perderão influência e as próximas semanas devem ser marcadas por temperaturas altas, mas dentro das médias históricas.
Segundo o meteorologista Mamedes Luiz Melo, o tempo quente no Sudeste é consequência do bloqueio da frente fria que vinha do Sul e que normalmente provocava chuvas na região. Entretanto, esse bloqueio tende a perder força neste fim de semana, facilitando as chuvas e, consequentemente, temperaturas mais amenas.
Nesta semana, o Rio de Janeiro chegou a bater mais de 40ºC, com sensação térmica de 46ºC. O mês de janeiro foi recorde em temperaturas elevadas na capital fluminense e no estado do Rio de Janeiro, com média de 37,4ºC, superando as médias máximas encontradas em janeiro de 1984 (36,4ºC) e de 2014 (36,7ºC), que eram as mais altas até hoje. No estado do Rio de Janeiro, as médias de temperatura máxima no primeiro mês do ano foram observadas em Santa Cruz e Seropédica (37,4ºC), Rio Bonito (37,3ºC) e Realengo (37,2ºC). Em todos esses lugares, a média ficou em torno de quatro pontos acima do esperado.
Em Brasília, por exemplo, janeiro foi o terceiro mês com menos chuva desde o início da medição, em 1961, logo após a criação da cidade, segundo dados do Inmet. A média foi de 74,3 milímetros, menos da metade do ano anterior, quando ficou em 150,6 milímetros. O índice foi apenas 18% do registrado em 2016, que ficou em 400 milímetros.
Já no tocante à temperatura, a máxima de janeiro na capital federal foi de 31,4ºC. O registro foi maior do que o ano anterior (30,9ºC), mas um pouco inferior a 2017, quando a máxima chegou a 32,2ºC. Na temperatura média, a comparação entre os anos também mostra grande calor em janeiro de 2019, mas ainda abaixo da média de 2017.
Consumo de bebidas
Em janeiro, as condições climáticas levaram os consumidores a bater recordes de uso de energia em quatro vezes dentro de duas semanas, segundo o Sistema Interligado Nacional (SIM) .
As altas temperaturas também foram percebidas por impactos na economia, como no aumento do consumo de bebidas.
Pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) revela que a aposta de vendas para o verão, no setor de bebidas, é de aumento de 12,9% para a cerveja. Em seguida, aparecem refrigerantes, com crescimento das vendas no período de 12,7%, acompanhada por água mineral, com 12,6%; chá líquido (12,4 %); espumante (11,9%); suco (10,9%); e água de coco (10%).
A pesquisa foi realizada entre os dias 4 de setembro e 5 de outubro de 2018, com participação de 102 empresas de todo o país. Para o verão de 2019, 48% dos supermercadistas apostam em estabilidade nas vendas, enquanto 45% projetam vendas maiores e 7% preveem queda.
Notícia falsa
As temperaturas elevadas foram aproveitadas para a disseminação de desinformação. Mensagens circularam alegando que em fevereiro haveria uma forte onda de calor. Com base nas previsões do órgão de amenização das sensações térmicas, o Instituto Nacional de Meteorologia divulgou uma nota esclarecendo que esses conteúdos não têm base.
Segundo o órgão, o texto veiculado recentemente nas redes sociais "não possui qualquer fundamento técnico/científico e nenhuma base de estudo ou pesquisa climatológica ou de previsão climática".