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OMS rejeita pedido para transferir os Jogos do Rio por zika

"Não existe uma justificativa de saúde pública para adiar ou cancelar os jogos", disse a organização


	Microcefalia, causada pelo zika: grupo critica o suposto fracasso do país na erradicação do mosquito que transmite o vírus
 (Ueslei Marcelino / Reuters)

Microcefalia, causada pelo zika: grupo critica o suposto fracasso do país na erradicação do mosquito que transmite o vírus (Ueslei Marcelino / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 28 de maio de 2016 às 09h58.

Genebra - A Organização Mundial da Saúde (OMS) rejeitou neste sábado o pedido de cancelar ou transferir para outro lugar os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro de agosto por causa da propagação do zika vírus no Brasil.

"Não existe uma justificativa de saúde pública para adiar ou cancelar os jogos. A OMS continuará monitorando a situação e atualizando suas recomendações conforme for necessário", indicou esta organização em comunicado.

A OMS reagiu assim a uma chamada pública assinada por mais de uma centena de cientistas que tinham pedido à organização que adiasse ou recomendasse formalmente a mudança de local do evento esportivo.

Anteriormente, o Comitê Olímpico Internacional sustentou que não havia razão para entrar nessas considerações pelo surto de zika, relacionado com casos de microcefalia no Brasil, assim como com desordens neurológicas neste e outros países da América Latina.

Segundo o grupo de cientistas, manter os Jogos Olímpicos no Brasil não é ético, ao citar, entre outras razões, o suposto fracasso na erradicação do mosquito que transmite o vírus e a fraqueza do sistema sanitário do país.

Em resposta, a OMS emitiu uma declaração na qual menciona que o Brasil é um dos quase 70 países e territórios nos quais circula o vírus através da população de mosquitos e acrescenta que "a melhor maneira de reduzir o risco da doença é seguir as recomendações de viagem" emitidas nos últimos meses.

A respeito, a OMS recomenda que as mulheres grávidas não viajem para áreas com transmissão ativa da zika, entre as quais se encontra Rio de Janeiro.

Além disso, os companheiros de mulheres grávidas que estiveram em zonas afetadas devem fazer sexo seguro (uso de preservativo) ou praticar abstinência durante a gravidez.

A OMS aconselha as pessoas que estão em zonas de risco que durante o dia -quando o mosquito transmissor costuma picar- utilizem roupas que as proteja e repelente, assim como escolher lugares de estadia com ar condicionado para manter portas e janelas fechadas.

A todas as pessoas foi pedido sexo seguro durante a estadia nas zonas afetadas e pelo menos durante as quatro semanas seguintes ao retorno, particularmente se surgirem sintomas de zika, que podem ser similares aos de uma gripe.

A organização adiantou que está colaborando, através de sua instância regional, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), com o governo do Brasil e o comitê organizador dos Jogos Olímpicos para "conter o risco entre os atletas e visitantes".

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