Brasil

OMS pede que brasileiras adiem gravidez por surto de zika

Para mulheres e casais que vivem ou viajaram para regiões afetadas, a sugestão da entidade é que esperem pelo menos 6 meses antes de considerar uma gravidez


	Zika: "A recomendação é considerar o adiamento da gravidez, certamente reconhecendo que isso pode ser duro para algumas pessoas"
 (Getty Images)

Zika: "A recomendação é considerar o adiamento da gravidez, certamente reconhecendo que isso pode ser duro para algumas pessoas" (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de maio de 2016 às 09h24.

Genebra - A Organização Mundial de Saúde (OMS) pediu nesta terça-feira às brasileiras que vivem nas áreas mais afetadas pelo zika vírus no país que adiem ou pelo menos considerem adiar uma gravidez.

Para mulheres e casais que vivem ou viajaram para regiões afetadas pelo surto da doença, a sugestão da entidade é que esperem pelo menos seis meses antes de considerar uma gravidez caso o homem tenha apresentado sintomas do zika vírus.

As recomendações relacionadas com a prevenção da transmissão sexual do zika vírus, a segunda principal via de contágio depois da picada do mosquito transmissor, foram atualizadas hoje pela OMS.

O adiamento e o período de seis meses de espera a partir dos sintomas sofridos pelo homem tem relação com as evidências científicas sobre o tempo que o vírus pode permanecer no sêmen.

"A recomendação é considerar o adiamento da gravidez, certamente reconhecendo que isso pode ser duro para algumas pessoas", disse o porta-voz da OMS, Christian Lindmeier, aos jornalistas.

O documento divulgado pela entidade hoje indica que, "para prevenir consequências fetais ou uma gravidez adversa", os homens e mulheres em idades reprodutivas que vivem em áreas de transmissão local da zika "devem ser corretamente informados e orientados sobre a possibilidade de adiar uma possível gravidez".

O zika foi associado a um aumento dos casos de microcefalia no Brasil desde o ano passado, assim como ao forte crescimento de registros de desordens neurológicas em outros países da região.

"Os cientistas estão constantemente avaliando as evidências que surgem e determinaram que o vírus sobrevive mais tempo no sangue e nos fluidos corporais do que se pensava", disse Lindmeier.

Por essa mesma razão, a OMS elevou para oito semanas o período durante o qual recomenda que toda a pessoa, homem ou mulher, que retorne de uma região com transmissão do vírus pratique sexo seguro ou adote a abstinência.

A OMS entende por sexo seguro o uso correto e permanente de preservativos, mas também adiar o início da vida sexual, assim como o contato sexual sem penetração e um menor número de parceiros.

Caso já tinha ocorrido uma relação sexual sem proteção e a mulher não deseje uma gravidez por causa das preocupações quanto ao zika, elas devem ter "rápido acesso a serviços de contracepção de emergência e conselhos médicos", de acordo com a OMS.

A OMS voltou a reiterar hoje que não vê razões para adiar ou transferir a sede dos Jogos Olímpicos de 2016, que serão disputados no Rio de Janeiro em agosto, por acreditar que a realização do evento no Brasil não aumenta o risco global de transmissão.

Acompanhe tudo sobre:DoençasGravidezOMS (Organização Mundial da Saúde)Zika

Mais de Brasil

Moraes compartilha investigação sobre golpe com inquéritos das milícias digitais e das fake news

USP: inscrições para concorrer a uma vaga com nota do Enem começam hoje

Após indiciamento de Bolsonaro, STF analisará pedido para tirar Moraes de investigação sobre golpe

Governo Lula é desaprovado por 51% e aprovado por 46,1%, diz Paraná Pesquisas