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OMS diz que decisão de ir ao Rio-2016 deve ser individual

Chan reiterou que a única recomendação que a OMS faz é para as mulheres grávidas, que devem evitar todos os locais onde haja transmissão local de zika


	Rio 2016: "Compartilho da preocupação dos atletas, mas a decisão sobre participar ou não deve ser individual"
 (Pilar Olivares / Reuters)

Rio 2016: "Compartilho da preocupação dos atletas, mas a decisão sobre participar ou não deve ser individual" (Pilar Olivares / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 17 de maio de 2016 às 10h23.

Genebra - A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou nesta terça-feira que compartilha da preocupação de muitos atletas e torcedores sobre a possibilidade de contrair o zika vírus durante os Jogos Olímpicos de 2016, mas alertou que a decisão de viajar ou não ao Rio de Janeiro deve ser individual.

"Compartilho da preocupação dos atletas, mas a decisão sobre participar ou não deve ser individual", afirmou em entrevista coletiva a diretora-geral da OMS, Margaret Chan.

Questionada várias vezes sobre o risco enfrentado pelas pessoas que viajarem ao Rio, Chan reiterou que a única recomendação que a OMS faz é para as mulheres grávidas, que não devem viajar não só à sede olímpica, mas evitar todos os locais onde haja transmissão local do vírus.

As demais pessoas, afirmou a diretora-geral, devem avaliar individualmente o risco e tomar suas próprias decisões.

A diretora-geral da OMS apenas recomendou que, durante a estadia no Rio ou em outros locais, atletas e turistas usem medidas de proteção recomendadas contra a picada do mosquito.

Além disso, especificamente para os homens, a OMS recomenda que eles não mantenham relações sexuais, ou usem preservativos durante um período de até seis semanas após terem viajado para um país endêmico, para evitar esse tipo de contágio.

Chan explicou que a OMS está em contato com as autoridades de saúde do Brasil que tomaram posse na semana passada, após o afastamento da presidente Dilma Rousseff, com o Comitê Olímpico Local e com o Comitê Olímpico Internacional (COI).

Apesar disso, a diretora-geral da OMS admitiu que "o mundo não está pronto para enfrentar uma emergência sanitária, seja de gripe H1N1, ebola ou zika vírus".

Desde que o Brasil anunciou no ano passado um surto do zika vírus, quase 60 países também detectaram a presença da doença, que é assintomática em 85% dos casos.

No entanto, houve um crescimento exponencial de casos de microcefalia em bebês cujas mães tinham contraído a doença e de síndrome de Guillain-Barre, uma disfunção neurológica.

A OMS não confirmou ainda a relação direta entre o zika vírus e as doenças, apesar de assumir que há "consenso científico entre a causa e a consequência".

"Quanto mais sabemos da zika, mais nos preocupamos", disse Chan, uma frase que repete cada vez mais quando fala publicamente sobre a epidemia da doença.

Com relação ao Brasil, Chan confirmou que colabora com as autoridades de saúde do país no controle do mosquito transmissor da doença - o Aedes aegypti - e no desenvolvimento de vacinas.

Além disso, a diretora-geral da OMS indicou que está trabalhando com o Brasil na elaboração de diretrizes para acompanhar os casos de microcefalia em bebês em profundidade, já que estão sendo detectados casos de crianças outros problemas de visão e audição.

"É preciso fazer um acompanhamento a longo prazo e compartilhar os dados para que todo o mundo se conscientize das eventuais consequências", explicou Chan.

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