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Obras de R$ 31 bi geraram propina ao PP, diz Youssef

Doleiro entregou à Polícia Federal planilha com registro de contratos que totalizam R$ 31,6 bilhões


	Sede da Petrobras, no Rio de Janeiro: pagamentos de milhões em propina
 (Galdieri/Bloomberg)

Sede da Petrobras, no Rio de Janeiro: pagamentos de milhões em propina (Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 15 de fevereiro de 2015 às 09h00.

São Paulo e Curitiba - O doleiro Alberto Youssef - peça-chave das investigações na Petrobrás - entregou em sua delação premiada planilha com registro de contratos que totalizam R$ 31,6 bilhões, assinados por empreiteiras do cartel a partir de 2004 para 11 obras da estatal. Segundo ele, do valor global desses contratos foram pagas propinas de 1% ao PP, um dos partidos mais contemplados pelo esquema de desvios na petrolífera. A planilha indica, em valores não corrigidos, pagamentos de R$ 316 milhões.

Investigadores da Operação Lava Jato acreditam que essa seria a cota do PP no esquema de corrupção desbaratado pela operação da Polícia Federal a partir de março de 2014. A planilha, registrada em duas folhas anexadas ao termo de delação do doleiro, indica 15 pagamentos da Petrobrás a empreiteiras do cartel.

Youssef citou 15 empreiteiras como pagadoras de "comissões". "Os pagamentos de comissões feitos pelas mesmas o foram tanto em espécie, como por intermédio de contratos feitos com a GFD, junto às empresas de Leonardo Meirelles, dentre elas a KFC Hidrossemeadura", relatou. "Foram feitos pagamentos no exterior junto às contas de Leonardo Meirelles, em especial pela Odebrecht. Pode citar as contas das empresas RFY e DGX junto aos bancos Standardt Cartered e HSBC, em Hong Kong", detalhou.

Além da Odebrecht, a planilha cita as empreiteiras OAS, Queiroz Galvão, Tomé Engenharia, Toyo Setal, Engevix, Galvão Engenharia, Serveng, Fidens, Construcap, MPE, Andrade Gutierrez, UTC, Mendes Júnior e Camargo Corrêa.

A GDF e as outras três empresas ligadas à Meirelles - também réu da Lava Jato - integravam a rede de lavagem de dinheiro criada por Youssef para operar os desvios na Petrobrás, por meio de notas frias, e regularizar esse dinheiro não declarado por meio de operações financeiras fictícias ou por intermédio do câmbio negro.

O Partido Progressista informou, por meio de nota, que está à disposição da Operação Lava Jato para "colaborar" com as investigações. "(O PP) somente poderá se posicionar após tomar conhecimento oficial sobre os depoimentos que envolvem a legenda. Entretanto, está à disposição das autoridades para colaborar com as investigações."

As construtoras citadas na planilha do doleiro Alberto Youssef negaram, também por meio de nota, qualquer envolvimento com os crimes de lavagem de dinheiro e desvios em contratos da Petrobrás. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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