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OAB-SP elege Patrícia Vanzolini, 1ª mulher a presidir entidade em 91 anos

Criminalista de 49 anos foi escolhida presidente da seccional de São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil para o mandato de três anos

OAB-SP: a eleição interna foi marcada por tentativas dos candidatos de se desvincularem de associações político-partidárias que pudessem rachar sua base de votos. (Redes socias/Divulgação)

OAB-SP: a eleição interna foi marcada por tentativas dos candidatos de se desvincularem de associações político-partidárias que pudessem rachar sua base de votos. (Redes socias/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de novembro de 2021 às 09h46.

Última atualização em 26 de novembro de 2021 às 09h51.

A Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP) elegeu nesta quinta-feira, 25, a criminalista Patricia Vanzolini para presidir a entidade no próximo triênio. Ela é a primeira mulher a ocupar o cargo desde a fundação da seccional, em 1930.

A corrida pela direção da OAB-SP, a maior seccional da Ordem no País, chega ao fim em meio a uma atmosfera beligerante, que durou até as últimas horas de votação e apuração, com acusações de boca de urna irregular e fraude. Os ataques da oposição direcionados ao atual presidente, Caio Augusto Silva dos Santos, que almejava a reeleição, também deram o tom da disputa. Ele liderava a contagem nas primeiras horas de apuração, até que começou a perder vantagem com pouco mais de metade das urnas contabilizadas, terminando em segundo lugar.

Patrícia também desbancou os candidatos Alfredo Scaff, Dora Cavalcanti e Mário de Oliveira Filho.

Além da disposição para o embate, a eleição interna foi marcada por tentativas dos candidatos de se desvincularem de associações político-partidárias que pudessem rachar sua base de votos. O impeachment do presidente Jair Bolsonaro, abertamente discutido pelo Conselho Federal sob a presidência de Felipe Santa Cruz, não foi deliberadamente abordado nas campanhas. Desde a redemocratização, a OAB apoiou a destituição dos ex-presidentes Fernando Collor e Dilma Rousseff.

Além da disposição para o embate, a eleição interna foi marcada por tentativas dos candidatos de se desvincularem de associações político-partidárias que pudessem rachar sua base de votos. O impeachment do presidente Jair Bolsonaro, abertamente discutido pelo Conselho Federal sob a presidência de Felipe Santa Cruz, não foi deliberadamente abordado nas campanhas. Desde a redemocratização, a OAB apoiou a destituição dos ex-presidentes Fernando Collor e Dilma Rousseff.

Ao contrário de outras seccionais, a OAB-SP decidiu manter a votação presencial a despeito da pandemia, o que também gerou reação contra a atual gestão. A Comissão Eleitoral preferiu seguir com o padrão adotado em anos anteriores, com urnas eletrônicas inclusive nas subsecções onde que o voto era depositado em cédula, sob o argumento de que o modelo virtual seria arriscado. Cada urna transmitiu o resultado para a sede, na capital paulista, que disponibilizou os votos praticamente em tempo real. Os fiscais das chapa acompanharam a contagem no prédio.

A eleição deste ano é a primeira que as chapas precisaram respeitar a paridade de gênero e a reserva de 30% dos cargos para advogados negros e pardos, seguindo resolução aprovada pelo Conselho Federal. A divisão equilibrada foi apoiada por Patrícia que chegou a sugerir a ampliação das políticas inclusivas para abranger pessoas com deficiência e LGBTQIA+.

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