Brasil

OAB obtém liminar que barra reajuste dos vereadores de SP

Esta é a 2ª decisão judicial que suspende o aumento dos subsídios aprovado no dia 20 de dezembro do ano passado pelos próprios parlamentares

Câmara: o presidente da OAB-SP afirmou que recorreu à Justiça contra o reajuste por entender que ele é incompatível com a "profunda crise econômica" do país (Fernando Moraes/VEJA São Paulo)

Câmara: o presidente da OAB-SP afirmou que recorreu à Justiça contra o reajuste por entender que ele é incompatível com a "profunda crise econômica" do país (Fernando Moraes/VEJA São Paulo)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de janeiro de 2017 às 18h53.

São Paulo - A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em São Paulo obteve nesta quarta-feira, 11, uma liminar do Tribunal de Justiça (TJ) contra o aumento de 26,3% no salários dos vereadores da capital.

Esta é a segunda decisão judicial que suspende o aumento dos subsídios aprovado no dia 20 de dezembro do ano passado pelos próprios parlamentares.

A OAB moveu uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) na Justiça argumentando que o aumento do salário de R$ 15.031,76 para R$ 18.991,68 viola os princípios constitucionais da moralidade administrativa, da proporcionalidade, da razoabilidade e da economicidade.

O reajuste já havia sido suspenso por uma liminar no dia 25 de dezembro.

A Procuradoria da Câmara Municipal recorreu desta primeira decisão na noite de terça-feira, 10.

O reajuste salarial foi aprovado por 30 votos dos 55 vereadores paulistanos e valeria para a legislatura de 2017 a 2020, com correção anual pela inflação. A lei proíbe que os vereadores aumentem os próprios salários na mesma legislatura.

Relator da ADI apresentada pela OAB, o desembargador Borelli Thomaz entendeu o aumento de 26,3% nos subsídios dos vereadores "mostra-se incompatível com os primados da moralidade, da proporcionalidade, da razoabilidade e da economicidade, em especial ao considerar-se ter sido levada a efeito em momento a exigir absoluta cautela no trato das receitas públicas, situação que deveria mesmo ser usual, como de rematada sabença."

Em comunicado à imprensa, o presidente da OAB-SP, Marcos da Costa, afirmou que recorreu à Justiça contra o reajuste por entender que ele é incompatível com a "profunda crise econômica" do País.

"Temos mais de 12 milhões de desempregados. Estados e municípios com dificuldades enormes em cumprir com suas obrigações financeiras. Muitos deles sequer têm recursos para pagar o 13º salário dos servidores. O momento é de contenção e de redução de gastos. É de corte nas despesas", afirmou disse.

Costa lembrou que a OAB já havia conseguido derrubar na Justiça a criação de 660 cargos comissionados (sem concurso público) aprovados pelos vereadores em 2015.

"Agora voltaram a promover elevação de despesas, desta vez em benefício dos próprios vereadores, 70% reeleitos, ao se autoconcederem aumento de 26,3%", disse.

Ele afirma ainda que não houve aumento na arrecadação da Prefeitura equivalente ao reajuste aprovado pela Câmara e que os próprios parlamentares deram ao funcionalismo público municipal, nos quatro anos da legislatura passada, aumento de apenas 0,2%.

Acompanhe tudo sobre:SaláriosSão Paulo capitalVereadoresOAB

Mais de Brasil

Oficial de Justiça tenta notificar Eduardo Bolsonaro, mas é informado que ele está nos EUA

Relator apresenta parecer pela rejeição da PEC da Blindagem em comissão do Senado

Governo de SP vai usar detentos do semiaberto para limpeza de ruas após fortes chuvas e vendaval

Governo dos EUA afirma que dois milhões de imigrantes ilegais já deixaram o país