Brasil

OAB diz que decisão de antecipar prisões causará injustiças

Decisão determina a execução de penas após condenação na segunda instância, ou seja, antes do trânsito em julgado


	Prisão: a OAB declarou que a mudança de entendimento causará graves injustiças com a prisão de inocentes
 (Richard Bouhet/AFP)

Prisão: a OAB declarou que a mudança de entendimento causará graves injustiças com a prisão de inocentes (Richard Bouhet/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de outubro de 2016 às 21h23.

Brasília - A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) criticou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de determinar a execução de penas após condenação na segunda instância, ou seja, antes do trânsito em julgado.

Por meio de nota, a OAB declarou que a mudança de entendimento causará graves injustiças com a prisão de inocentes. Para a instituição, os réus menos favorecidos serão os mais prejudicados com a medida, que tem efeito vinculante para todos os tribunais do País.

"Com o apoio das Defensorias Públicas e outras importantes entidades de representação da advocacia e do direito de defesa, a OAB buscou impedir graves injustiças que a medida certamente causará, com o encarceramento de cidadãos inocentes, especialmente os réus menos favorecidos. Diante dessa decisão, é necessário que o Poder Público enfrente definitivamente o drama do desumano sistema carcerário, cujo 'estado de coisas' foi declarado inconstitucional pelo STF", diz a nota.

No texto, a OAB considera que a decisão do STF "exige do Poder Público, especialmente do Poder Judiciário, novas e urgentes posturas". "A decisão impõe aos Tribunais Superiores a devida celeridade processual e a prioridade absoluta no julgamento de habeas corpus e recursos, a fim de evitar o prolongamento de prisões injustas."

Inconstitucional

Em agosto de 2015, o STF reconheceu pela primeira vez na história e por unanimidade o "estado de coisas inconstitucional" no sistema carcerário brasileiro.

Durante o julgamento, os ministros consideraram que a situação nos presídios brasileiros é "dramática" e determinaram que o governo federal liberasse imediatamente os recursos do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen), além de estipular prazo de 90 dias para a realização de audiências de custódia nos tribunais de todo o País.

A ação analisada pelos ministros do Supremo no ano passado foi movida pelo PSOL contra a União, os Estados e o Distrito Federal. O partido pedia a intervenção do Judiciário no funcionamento do sistema penitenciário, pela ausência de ações do Executivo para melhorá-lo.

Embora tenham adotado a tese solicitada pelo partido político, os ministros rejeitaram a maior parte das demandas, que passavam pela determinação por parte do Supremo de que juízes pudessem "abrandar" a pena de condenados em caso de superlotação carcerária, por exemplo.

Acompanhe tudo sobre:OABPrisõesSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas