Brasil

O TSE (só agora) tenta se armar contra as fake news

Ministra Rosa Weber, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, tem reunião com representantes de Fernando Haddad e de Jair Bolsonaro

Rosa Weber: Nesta terça-feira, a ministra deve se encontrar com representantes das campanhas de Bolsonaro e de Fernando Haddad para discutir a disseminação de fake news e a lisura eleitoral (Adriano Machado/Reuters)

Rosa Weber: Nesta terça-feira, a ministra deve se encontrar com representantes das campanhas de Bolsonaro e de Fernando Haddad para discutir a disseminação de fake news e a lisura eleitoral (Adriano Machado/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2018 às 06h06.

Última atualização em 16 de outubro de 2018 às 06h34.

Com a campanha presidencial praticamente decidida em favor de Jair Bolsonaro (PSL), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu agir para tentar conter a onda de notícias falsas que invadiu as redes sociais espalhada sobretudo por apoiadores do capitão reformado do exército.

Ontem, a presidente do TSE, ministra Rosa Weber, e o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, se reuniram para discutir medidas de segurança no segundo turno. Anunciaram a criação de um aplicativo para que mesários possam denunciar em tempo real irregularidades no dia da eleição. E também afirmaram que técnicos do TSE vão passar a trabalhar dentro do Centro de Comando e Controle para acelerar a investigação de possíveis fake news — o centro precisa de autorização da Justiça Eleitoral para começar a investigação de cada caso.

Nesta terça-feira, Weber deve se encontrar com representantes das campanhas de Bolsonaro e de Fernando Haddad (PT) para discutir a disseminação de fake news e a lisura eleitoral. A medida, importante, vem tarde. O tribunal até criou um Conselho Consultivo Sobre Eleições e Internet, mas o órgão só foi se reunir na quarta-feira após o primeiro turno.

Segundo o Datafolha, os eleitores de Bolsonaro são os que mais distribuem conteúdo pela internet (40%, ante 22% dos eleitores petistas). Na semana passada, Haddad propôs ao adversário uma carta de compromisso contra a difamação na internet, mas seu adversário se recusou a assinar e ainda o chamou de “canalha”.

A verdade é que Bolsonaro tem vencido a batalha digital, que conta com informações verdadeiras, e também com muita mentira. Na semana passada, Steve Bannon, estrategista político de Donald Trump, citou o Brasil como parte de um movimento global que coordena para levar o populismo de direita ao poder. Sua estratégia é baseada na desinformação e nas fake news. Bannon se encontrou com Eduardo Bolsonaro, o filho do candidato, em agosto.

Neste contexto, a Justiça Eleitoral não só tarda, como também falha. Ontem, o TSE negou uma liminar ao petista num dos casos de fake news mais surreais desta campanha. O pedido era para que o escritor Olavo de Carvalho retirasse do ar publicações com ataques ao petista. Numa delas, afirma que, em livro, “Haddad sugere que os meninos comam suas mães”. O ministro Luís Felipe Salomão, do TSE, negou a liminar em defesa da “liberdade de expressão”.

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