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"O Rio é o meu estado", justifica Bolsonaro sobre mudança no comando da PF

Presidente ainda afirmou que "em nenhum momento" Moro disse que ele cometeu algum crime; acusações do ex-ministro contra Bolsonaro são investigadas

Jair Bolsonaro: presidente é acusado, pelo ex-ministro Sergio Moro, de interferir na Polícia Federal (Ueslei Marcelino/Reuters)

Jair Bolsonaro: presidente é acusado, pelo ex-ministro Sergio Moro, de interferir na Polícia Federal (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Reuters

Publicado em 5 de maio de 2020 às 19h10.

O presidente Jair Bolsonaro respondeu que "o Rio é meu estado", ao ser questionado nesta terça-feira sobre o motivo de ter pedido ao ex-ministro Sergio Moro para trocar o superintendente da PF no estado.

Ele citou, na sequência, a menção feita ao seu nome na investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco. Bolsonaro foi citado pelo porteiro do condomínio onde mora como tendo sido o responsável por autorizar a entrada de um dos suspeitos no dia do assassinato.

A gravação do sistema do condomínio, porém, mostra que quem autorizou a entrada foi outro suspeito do crime. Bolsonaro estava em Brasília e registrou presença no plenário da Câmara neste dia.

- O Rio é o meu estado, o Rio é o meu estado. Vamos lá. O caso do porteiro. Eu fui acusado de tentar matar a Marielle, quer algo mais grave? Quem quer que seja, o presidente da República ser acusado de assassinato? A Polícia Federal tem que investigar, por que não investigou com profundidade? - disse o presidente.

Ele repetiu que durante as investigações do caso Marielle também se mencionou que um filho seu teria namorado a filha de um dos acusados. Bolsonaro diz que "depois de muito custo" a Polícia Federal ouviu o suspeito em Mossoró e que ele afirmou que a filha dele sempre morou nos Estados Unidos.

"Nenhum crime"

Bolsonaro ainda afirmou que "em nenhum momento" Moro disse que ele cometeu crime em entrevista à imprensa pouco após ter sido tornado público o depoimento do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública realizado no sábado.

"Eu não interfiro em nada", disse Bolsonaro, na porta do Palácio da Alvorada. Ao anunciar sua demissão do cargo, no mês passado, Moro acusou o presidente de tentar interferir politicamente na Polícia Federal.

Nesta terça-feira, o presidente disse que não pediu a Moro relatório com informações de "inquérito nenhum". Em sua fala, Bolsonaro mostrou mensagem de celular trocada com Sergio Moro na qual mencionava uma reportagem que narrava uma suposta investigação no Supremo Tribunal Federal de cerca de 10 deputados bolsonaristas.

Segundo o presidente, foi o próprio Moro quem disse que a noticia era "fofoca". Ao fazer essa declaração, ele insinuou que o ex-ministro é quem tinha acesso a investigações da Polícia Federal.

Bolsonaro disse que ainda não leu a íntegra do depoimento de Moro e que vai se reunir com o advogado-geral da União, José Levi, para avaliar o caso. O STF abriu inquérito para apurar as declarações de Moro de que Bolsonaro tentou interferir na Polícia Federal.

(Com Agência O Globo e Reuters)

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