MORO E LULA: o juiz vai interrogar o petista pela ação que investiga pagamento de propina para a compra de terreno para a construção da sede do Instituto Lula (reprodução/Reprodução)
Valéria Bretas
Publicado em 13 de setembro de 2017 às 06h00.
Última atualização em 13 de setembro de 2017 às 06h00.
São Paulo – Nesta quarta-feira (13), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o juiz Sergio Moro ficarão cara a cara pela segunda vez. O depoimento acontece na sede da Justiça Federal, em Curitiba, e tem início programado para às 14h.
Desta vez, o juiz federal vai interrogar o petista pela ação penal em que ele é acusado de ter recebido propina da Odebrecht para a compra de um terreno que seria destinado à construção da sede do Instituto Lula e de um apartamento vizinho ao que o ex-presidente reside em São Bernardo do Campo.
O novo encontro é aguardado com expectativa. Na semana passada, Antonio Palocci, ex-ministro dos governos Lula e Dilma, também prestou depoimento perante o juiz e acusou o ex-presidente de receber um pacote de propinas. A defesa do petista tentou adiar o interrogatório, mas Moro negou o pedido.
Em nota, o Partido dos Trabalhadores (PT) informou que um conjunto de representantes de entidades e movimentos sociais, articulados pela Frente Brasil Popular, realizarão um ato de apoio ao ex-presidente. A manifestação deve acontecer às 18h no centro de Curitiba e deve contar com a presença de Lula.
Para evitar confrontos, aproximadamente mil policiais militares serão mobilizados para o esquema de segurança. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná (Sesp), também serão deslocados cerca de 500 agentes de segurança -- considerando o Corpo de Bombeiros, a Guarda Municipal, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), entre outros.
O efetivo é mais modesto em relação ao primeiro depoimento do ex-presidente, quando 1,7 mil policiais militares foram mobilizados e mais de três mil agentes de segurança participaram da operação.
Em maio, vale lembrar, Lula foi interrogado pela primeira vez pelo juiz por outro processo - também no âmbito da Operação Lava Jato - em que é acusado de ter recebido um apartamento tríplex no Guarujá, litoral de São Paulo, como propina da OAS em troca de contratos na Petrobras. Nesta ação, ele foi condenado a nove anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Como assistir ao depoimento
Segundo a Justiça Federal do Paraná, os vídeos com o depoimento do ex-presidente serão disponibilizados via sistema eletrônico logo após o fim do interrogatório. Assim que for divulgado, EXAME.com irá publicá-lo na íntegra.
A audiência será gravada por duas câmeras: uma com enquadramento focado no rosto do petista e a outra com vista panorâmica da sala.
Com o fim da fase de interrogatórios, o Ministério Público Federal (MPF) e a defesa do ex-presidente terão 10 dias para fazer suas alegações finais. Terminada essa etapa, o juiz Sergio Moro dará a sentença: condenação ou absolvição.