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O que se sabe sobre o novo ciclo de febre amarela em São Paulo

A morte de macacos infectados pelo vírus na região do Horto Florestal, na zona norte da capital paulista, alertou a Secretaria Municipal da Saúde

Vacina febre amarela  (André Borges/Agência Brasília/Divulgação)

Vacina febre amarela (André Borges/Agência Brasília/Divulgação)

Valéria Bretas

Valéria Bretas

Publicado em 24 de outubro de 2017 às 16h03.

Última atualização em 24 de outubro de 2017 às 16h08.

São Paulo – Um mês depois que o Ministério da Saúde declarou o fim do pior surto de febre amarela da história do país, que se arrastava pelo desde dezembro, o governo anunciou a aproximação de um novo ciclo da doença.

Nas últimas semanas, a morte de um macaco infectado pelo vírus na região do Horto Florestal, na zona norte da capital paulista, alertou a Secretaria Municipal de Saúde.  Em resposta, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, recomendou a vacinação em três bairros da região: Casa Verde, Tremembé e Vila Nova Cachoeirinha.

Até segunda-feira (23), uma campanha emergencial da Secretaria Municipal já tinha vacinado mais de 12,8 mil pessoas no entorno do Horto. A expectativa é imunizar ainda cerca de 2,5 milhões de pessoas.

A prefeitura da cidade informou que a transmissão do vírus para o macaco foi do tipo silvestre e que não há motivo para pânico.

“É importante enfatizar que se trata de febre amarela silvestre transmitida pelo mosquito Haemagogus e Sabethes, comum em regiões de mata. O macaco não transmite a doença para humanos, pelo contrário, é o indicativo de circulação de vírus no local, servindo como alerta para que se desenvolvam ações de prevenção”, esclareceu, em nota, Maria Lígia Nerger, coordenadora do programa municipal de imunização da capital.

Quem precisa ser vacinado?

De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde, em um primeiro momento, a vacina é indicada apenas para pessoas a partir dos 9 meses de idade que residam a, no mínimo, 500 metros à frente da área de extensão dos parques do Horto e Cantareira.

A dose não está indicada para gestantes, mulheres amamentando crianças com até 6 meses e pessoas imunodeprimidas, como pacientes em tratamento quimioterápico, radioterápico ou com corticoides em doses elevadas.

Quais são os sintomas?

Segundo o Ministério da Saúde, os sintomas iniciais da febre amarela aparecem de 3 a 6 dias após a pessoa ter sido infectada e incluem febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza.

Como o vírus é transmitido?

A transmissão da febre amarela é causada pela picada de mosquitos transmissores infectados. Ou seja, a doença não é passada de pessoa para pessoa.

Existem dois ciclos diferentes de transmissão: o silvestre (quando há contágio em área rural ou de floresta e os macacos são os principais hospedeiros) e urbano (quando as pessoas são as hospedeiras do vírus).

De acordo com a Prefeitura de São Paulo, este ano, foram registrados no município de São Paulo 12 casos de febre amarela silvestre.

Qual é o tratamento indicado?

Além da vacina como forma de prevenção contra a febre amarela, o Ministério da Saúde informa que “o tratamento é apenas sintomático, com cuidadosa assistência ao paciente que, sob hospitalização, deve permanecer em repouso, com reposição de líquidos e das perdas sanguíneas, quando indicado”.

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