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O que pode acontecer com nadadores que fizeram B.O. falso

Nadadores da delegação americana são acusados de mentir à polícia - o que é crime no Brasil. Saiba qual é a pena para esses casos

Nadadores olímpicos norte-americanos Jack Conger e Gunnar Bentz deixam delegacia após interrogatório no Rio de Janeiro (Reuters)

Nadadores olímpicos norte-americanos Jack Conger e Gunnar Bentz deixam delegacia após interrogatório no Rio de Janeiro (Reuters)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 18 de agosto de 2016 às 20h34.

São Paulo – De vítimas da violência do Rio de Janeiro a investigados pela polícia: esse é o resumo da despedida da Rio-2016 de quatro membros da equipe de natação dos Estados Unidos — entre eles, o 12 vezes medalhista olímpico Ryan Lochte.

Segundo a Polícia Civil, os atletas mentiram ao relatar que teriam sido assaltados quando voltavam de uma festa na madrugada de domingo. As investigações apontam, contudo, para uma confusão entre os esportistas e funcionários de um posto de gasolina no Rio — mas não há indício de roubo. Em depoimento, os nadadores Gunnar Bentz e Jack Conger admitiram que a história do roubo é falsa.

No Brasil, fazer uma falsa comunicação de crime é considerado uma infração com pena prevista de um a seis meses de prisão ou multa, que pode variar entre 293 reais e 1,5 milhão de reais.

Os atletas poderiam ainda responder ao crime de dano ao patrimônio devido aos supostos atos de vandalismo praticados no posto de gasolina. Nesse caso, a pena é de um a seis meses de detenção, ou multa.

Segundo Marco Aurélio Florêncio, professor de Direito Penal da Universidade Mackenzie, dificilmente, os americanos seriam presos por esses delitos. No entanto, de acordo com ele, se o relato dos atletas motivou a instauração de uma investigação policial, os nadadores podem ser até indiciados por denunciação caluniosa, cuja pena pode chegar a oito anos de reclusão. 

Essa, por exemplo, é uma das suspeitas que cercam a jornalista Patrícia Lélis, que acusa o deputado Marco Feliciano de abuso sexual. A jovem fez um boletim de ocorrência relatando que teria sido mantida em cárcere privado pelo ex-chefe de gabinete do parlamentar. As investigações apontaram que a versão sobre o sequestro seria falsa. Hoje, foi aberto um inquérito contra a jornalista por denunciação caluniosa e extorsão. 

Repercussão

Na tarde desta quinta-feira, o comitê organizador da Rio-2016 minimizou a acusação que pesa contra os nadadores. “Esses garotos tentaram se divertir, eles tentaram representar seu país com o melhor de suas habilidades", disse o diretor de Comunicação do Comitê Rio 2016, Mario Andrada.

Não é dessa maneira que parte da imprensa americana — com algumas exceções — está analisando o caso. O canal de esportes ESPN resume o clima: "Ele é um dos melhores nadadores dos últimos tempos e o que tinha a maior chance de mergulhar na era do nadador Michael Phels. Mas, infelizmente, esse problema será o motivo pelo qual as pessoas vão se lembrar de Ryan Lochte”.

Veja também: Vídeo mostra nadadores em posto e desmente versão de assalto


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