Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Nacho Doce/Reuters)
Luiza Calegari
Publicado em 12 de julho de 2017 às 17h29.
Última atualização em 12 de julho de 2017 às 19h49.
São Paulo - O juiz Sérgio Moro condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a nove anos e seis meses de prisão na Lava Jato, mas ele deve aguardar a confirmação da sentença em liberdade.
Mas e agora, o que acontece? EXAME.com ouviu o advogado David Rechulski, criminalista e sócio do escritório David Rechulski Advogados, para entender os próximos passos do processo, que deve ser encaminhado para o Tribunal Regional Federal de Porto Alegre (TRF-4) após recurso.
Agora, a defesa pode apresentar embargos de declaração (se quiser apontar obscuridade, contradição, ambiguidade ou omissão na sentença), nos próximos dois dias.
Se escolher não fazê-lo, o MP e a defesa de Lula podem entrar com recurso contra a sentença no prazo de 5 dias, e terão mais 8 dias para apresentar seus argumentos da apelação.
Segundo David Rechulski, tanto o MPF pode recorrer da sentença condenatória para pedir o aumento da pena, por exemplo, como a defesa pode recorrer para que a sentença seja reformada e o acusado absolvido.
O advogado explica que a prisão pode ser pedida se for confirmada a condenação em segunda instância, e a pena for mantida em mais de quatro anos.
Interditado significa que ele também não poderá ser nomeado para cargos públicos não eletivos, como Ministro de Estado, Secretário de Governo, etc.
Só se a condenação for confirmada em segunda instância, segundo o especialista em Direito Eleitoral Carlos Enrique Caputo Bastos, sócio do Caputo Bastos & Fruet.
Na lei da Ficha Limpa, há um artigo que prevê que os Tribunais Superiores suspendam em caráter cautelar a inelegibilidade.
Isso quer dizer que, quando os advogados forem recorrer da sentença na segunda instância (caso Lula volte a ser condenado), precisam pedir a suspensão provisória da inelegibilidade.
O tribunal, então, faz uma avaliação preliminar do recurso: se eles avaliarem que as alegações fazem sentido, que vale a pena considerar o caso, vão conceder a suspensão. Nesse caso, Lula ainda ficará elegível enquanto o recurso estiver sendo julgado.
Se o pedido não for aceito, no entanto, Lula continuaria inelegível.