Ministra Cármen Lúcia, nova presidente do STF (Agência Brasil)
Marcelo Ribeiro
Publicado em 12 de setembro de 2016 às 15h44.
Brasília – Conhecida pelas opiniões fortes e a simplicidade, a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia assumiu a presidência da Corte nesta segunda-feira (12). Ela é a segunda mulher a presidir o STF em 125 anos. A primeira foi Ellen Gracie, entre 2006 e 2008. Rígida, ela já disse em mais de uma oportunidade que cortará eventuais extravagâncias do Judiciário.
A posse contou com a presença do presidente Michel Temer, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do cantor Caetano Veloso, que cantou o hino nacional durante a solenidade. Lula sentou-se ao lado do também ex-presidente José Sarney.
Além de comandar o STF, Cármen Lúcia presidirá o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão que cuida de ações contra magistrados. Antes de chegar ao cargo, ela já se posicionou contra o o pagamento de auxílio-moradia para juízes.
À frente da Corte, a magistrada comandará os desdobramentos das investigações da Operação Lava Jato e a deliberação sobre os recursos do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
O STF de Cármen Lúcia
Conhecida pelo ritmo estressante de trabalho, a nova presidente do STF disse recentemente que gosta de processo e não de festa.
Cármen Lúcia é considerada uma julgadora que evita debates exacerbados e grandes discussões com os colegas durante os julgamentos.
Ainda assim, faz declarações firmes durante as sessões da Corte. Defensora dos direitos das mulheres, sempre foi cautelosa em decisões que venham a representar perdas para os trabalhadores.
A rigidez, que deve ser a principal característica de sua gestão, deve fazer com que Cármen Lúcia garanta celeridade aos julgamentos dos processos.
Vale lembrar que Cármen Lúcia e Joaquim Barbosa foram os únicos a votar a favor da constitucionalidade total da Lei da Ficha Limpa, em 2011. Em mais de uma oportunidade, ela já criticou a prática do caixa 2, o que deve ser enfrentado com rigor enquanto ela estiver no comando da Suprema Corte.