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O que esperar do STF com Cármen Lúcia no comando?

Com 62 anos, sendo 10 deles no tribunal da Corte, Cármen Lúcia é a segunda mulher a presidir o STF

Ministra Cármen Lúcia, nova presidente do STF (Agência Brasil)

Ministra Cármen Lúcia, nova presidente do STF (Agência Brasil)

Marcelo Ribeiro

Marcelo Ribeiro

Publicado em 12 de setembro de 2016 às 15h44.

Brasília – Conhecida pelas opiniões fortes e a simplicidade, a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia assumiu a presidência da Corte nesta segunda-feira (12). Ela é a segunda mulher a presidir o STF em 125 anos. A primeira foi Ellen Gracie, entre 2006 e 2008. Rígida, ela já disse em mais de uma oportunidade que cortará eventuais extravagâncias do Judiciário.

A posse contou com a presença do presidente Michel Temer, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do cantor Caetano Veloso, que cantou o hino nacional durante a solenidade. Lula sentou-se ao lado do também ex-presidente José Sarney. 

Além de comandar o STF, Cármen Lúcia presidirá o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão que cuida de ações contra magistrados. Antes de chegar ao cargo, ela já se posicionou contra o o pagamento de auxílio-moradia para juízes.

À frente da Corte, a magistrada comandará os desdobramentos das investigações da Operação Lava Jato e a deliberação sobre os recursos do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

O STF de Cármen Lúcia

Conhecida pelo ritmo estressante de trabalho, a nova presidente do STF disse recentemente que gosta de processo e não de festa.

Cármen Lúcia é considerada uma julgadora que evita debates exacerbados e grandes discussões com os colegas durante os julgamentos.

Ainda assim, faz declarações firmes durante as sessões da Corte. Defensora dos direitos das mulheres, sempre foi cautelosa em decisões que venham a representar perdas para os trabalhadores.

A rigidez, que deve ser a principal característica de sua gestão, deve fazer com que Cármen Lúcia garanta celeridade aos julgamentos dos processos.

Vale lembrar que Cármen Lúcia e Joaquim Barbosa foram os únicos a votar a favor da constitucionalidade total da Lei da Ficha Limpa, em 2011. Em mais de uma oportunidade, ela já criticou a prática do caixa 2, o que deve ser enfrentado com rigor enquanto ela estiver no comando da Suprema Corte. 

https://youtube.com/watch?v=5bmTFkxT3Bw

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