(Reprodução/Wikimedia Commons)
Repórter
Publicado em 28 de novembro de 2024 às 12h19.
A empresa chinesa China Nonferrous Trade (CNT) comprou a maior reserva de urânio e nióbio do Brasil, localizada no Amazonas, por US$ 340 milhões, cerca de R$ 2 bilhões. A negociação foi comunicada ao governo do estado amazonense na última terça-feira, 26.
O nióbio é um metal não ferroso de transição e tem alto poder aquisitivo para a indústria por conta de suas características de alta condutividade términa, elétrica e de resistência à corrosão. Hoje, ele é amplamente usado pela indústria automobilística para reforçar a resistência, diminuir o peso das peças dos carros novos e deixar o aço ainda mais resistente.
Para o Brasil, a comercialização desse metal é altamente vantajosa, visto que o país detém 98,2% das reservas do mundo, segundo o Serviço Geológico do Brasil. As principais reservas além da de Pitinga estão em Araxá (MG), Catalão (GO), Ouvidor (GO), Centro-Norte de Rondônia e Seis Lagos (AM).
Uma vez que é um metal de transformação, ele é encontrado em automóveis, turbinas de avião, tomógrafos de ressonância magnética, nas indústrias aeroespacial, bélica e nuclear e até mesmo em lentes óticas e piercings.
Os países com as maiores reservas de nióbio no mundoCerca de 75% das reservas brasileiras estão em Minas Gerais, seguida pelas reservas do Amazonas (21%), Goiás ( 3%), Roraima e Rondônia. Seis Lagos, em São Gabriel da Cachoeira (AM), seria cerca de 2,9Gton a 2,81% Nb2O5, o que daria em torno de 81,4 Mton de óxido de Nióbio contido, ou seja, cerca de 14 vezes as atuais reservas conhecidas do mundo
Atualmente, estima-se que 10% do aço produzido no mundo contém, o Nióbio como elemento dentro da sua liga e a China é o principal mercado consumidor dessa matéria-prima.
O nióbio não é considerado um metal tóxico,mas sem os devidos cuidados, seu pó metálico pode irritar a pele e os olhos. Além disso, ele precisa ser manuseado com cuidado, uma vez que é inflamável.
O governo federal avalia que o crescimento pela demanda do metal cresça 8% ao ano ao longo da década de 2020 puxado pela alta demanda por aço de construção usado em infraestruturas e aplicações dentro do setor automobilístico. Dentro desse contexto, é esperado que o pico de produção ocorra entre 2020 e 2055.