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O que Bolsonaro e Haddad querem para a PGR, uma das frentes da Lava Jato

O pesselista afirmou que não aceitará um chefe do MPF "de esquerda" e o petista disse que respeitará as indicações da lista tríplice

Haddad e Bolsonaro: os candidatos falaram sobre suas propostas para o PGR (Montagem/Exame)

Haddad e Bolsonaro: os candidatos falaram sobre suas propostas para o PGR (Montagem/Exame)

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Clara Cerioni

Publicado em 17 de outubro de 2018 às 12h33.

Última atualização em 17 de outubro de 2018 às 12h36.

São Paulo — Os candidatos à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) explicaram quais são suas propostas para o próximo Procurador-Geral da República (PGR), em um eventual governo.

O Procurador-Geral é quem comanda o Ministério Público Federal (MPF) e exerce as funções junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A função ganhou notoriedade nacional após a participação dos PGRs na Operação Lava Jato. Atualmente, quem comanda o órgão é a procuradora-geral Raquel Dodge.

Bolsonaro

O candidato do PSL afirmou ao Jornal Nacional desta terça-feira (16) que não escolherá para PGR alguém de esquerda, mesmo que ele seja o mais votado pela categoria, no critério da lista tríplice.

No entanto, ressaltou que pode escolher alguém de centro, não necessariamente de direita, e enfatizou que não será um militar.

"O critério é isenção, é alguém que esteja livre do viés ideológico de esquerda, que não tenha feito carreira em cima disso, que não seja um ativista no passado por certas questões nacionais", disse Bolsonaro ao jornal.

Sem citar o nome da atual PGR, Raquel Dodge, o candidato deu a entender que não a reconduzirá para uma nova gestão à frente do MPF. Segundo ele, o escolhido será alguém “que respeite a Constituição e os parlamentares, que tem imunidade em suas palavras, opiniões e voz”.

Em abril, Dodge denunciou Bolsonaro pelo crime de racismo, depois que o deputado federal “usou expressões de cunho discriminatório, incitando o ódio e atingindo diretamente vários grupos sociais” durante uma palestra no Clube Hebraica, no Rio de Janeiro, quando fez críticas a comunidades tradicionais, como quilombolas.

O presidenciável garantiu que será uma pessoa independente. "Não quero alguém do MP subordinado a mim, como tivemos no passado a figura do engavetador geral da União, mas alguém que pense grande, que pense no seu país", disse Bolsonaro, fazendo uma alusão ao ex-procurador-geral Geraldo Brindeiro, que ocupou o cargo durante os governos do então presidente Fernando Henrique Cardoso.

"O MP é muito importante, agora se tiver um ativismo, nós não podemos correr o risco de ter alguém que atrapalhe a nação", acrescentou o presidenciável.

Haddad

Ao contrário de Bolsonaro, o candidato do PT, Fernando Haddad, se comprometeu, em publicação no Twitter, nesta quarta-feira (17) a respeitar a lista tríplice do MP para a escolha do PGR.

"Ao contrário do meu adversário, me comprometo a respeitar a lista tríplice do Ministério Público para a escolha do procurador-geral da República em favor da autonomia do órgão", escreveu.

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