Brasil

A diferença das notas dos cotistas para entrar nas federais

Levantamento parcial do MEC mostra que as notas exigidas dos cotistas não têm sido tão menores em relação a dos demais candidatos. Para medicina na UFRJ, diferença é de 1,8%


	Estudantes na busca por uma vaga: há inversão na lógica das notas de corte em alguns casos, isto é, os cotistas têm que ter mais pontos para entrar que os demais candidatos
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Estudantes na busca por uma vaga: há inversão na lógica das notas de corte em alguns casos, isto é, os cotistas têm que ter mais pontos para entrar que os demais candidatos (Marcos Santos/USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 10 de janeiro de 2013 às 12h39.

São Paulo – No primeiro ano de vigência da Lei das Cotas, deverá ser mais fácil entrar em uma universidade federal usando o mecanismo de reserva de vagas. Mas não será tão mais fácil assim. É o que mostra levantamento do Ministério da Educação divulgado hoje com as notas de corte para os alunos em geral e aqueles oriundos de escolas públicas que optaram pelas cotas.

Em poucos casos, a nota para esses últimos chega a ser maior do que para a concorrência em geral, como para o curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal do Ceará (sublinhado na tabela abaixo).

Para o curso de Medicina na Universidade Federal do Rio de Janeiro, a diferença é de apenas 15 pontos, ou 1,8%.

O levantamento do MEC engloba apenas cinco federais e é parcial. Até amanhã, estudantes ainda podem mudar a ordem de preferência de cursos no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), por isso as notas de corte são atualizadas a cada dia pelo governo, o que auxilia os estudantes a escolher as graduações com mais chances de sucesso.

Mas, até o momento, a distância verificada não é tão grande, o que foi motivo de comemoração ontem pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante. É possível, porém, que essa diferença aumente com a expansão das cotas.

As universidades são obrigadas a reservar apenas 12,5% das vagas para alunos das escolas públicas este ano. Mas esse número chegará a 50% até 2016.

    Geral COTAS* Cotas renda** Cotas raça*** Cotas raça e renda****
UFC Medicina 783 774 752 763 745
  Direito 745 719 709 720 687
  Engenharia Elétrica 667 657 663 657 633
  Psicologia 710 692 695 704 672
  Administração 679,72 679,38 695 655 654
  Ciências Econômicas 653 655 646 655 631
UFRJ Medicina 821 806 790 792 778
  Direito 786 764 735 736 715
  Engenharia Elétrica 771 761 724 727 685
  Psicologia 747 740 715 713 677
  Administração 756 678 692 688 678
  Ciências Econômicas 791 773 722 720 701
UFMT Medicina 779 761 740 736 723
  Direito 681 651 645 631 633
  Engenharia Elétrica 670 643 617 615 592
  Psicologia 664 630 617 631 596
  Administração 645 623 591 586 568
  Ciências Econômicas 643 610 599 600 572
UFSCar Pedagogia 641 611 605 597 577
UFMA Pedagogia 621 643 600 593 583

* Cotas para oriundos de escolas públicas, independentemente da renda
** Cotas para oriundos de escolas públicas, com renda familiar bruta menor ou igual a 1,5 salário mínimo
*** Cotas para autodeclarados pretos, pardos ou indígenas, independentemente da renda, vindos de escolas públicas
**** Cotas para autodeclarados pretos, pardos ou indígenas com renda familiar bruta menor ou igual a 1,5 salário mínimo, vindos de escolas públicas

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