Doria: fala do candidato se aproxima de discurso de Bolsonaro (João Doria/Facebook/Divulgação)
Clara Cerioni
Publicado em 2 de outubro de 2018 às 12h33.
Última atualização em 2 de dezembro de 2019 às 09h38.
Texto publicado em 2 de outubro de 2018
São Paulo — O candidato ao governo do Estado de São Paulo pelo PSDB, João Doria, afirmou nesta segunda-feira (01) que, se eleito, as polícias militar e civil vão atirar para matar os bandidos que reagirem.
"Não façam enfrentamento com a Polícia Militar nem a Civil. Porque, a partir de 1º de janeiro, ou se rendem ou vão para o chão. Se fizer o enfrentamento com a polícia e atirar, a polícia atira. E atira para matar", disse em entrevista à Rádio Bandeirantes.
No nosso Governo, bandido não terá vez! #AceleraSP #DoriaGovernador #Vote45 #JoãoDoria45 #JoãoTrabalhador pic.twitter.com/gSw5WSsGA6
— João Doria (@jdoriajr) October 1, 2018
"Segurança pública é isso. É defender o cidadão, as mães, as pessoas que são roubadas e assaltadas diariamente em São Paulo. Nós vamos combater isso com políticas duras de apoio à Polícia Militar e Civil", finalizou o candidato.
A fala de Doria vai em desencontro com a atuação dos policiais de São Paulo, que desde 1998, seguem um método de uso progressivo da força. Chamado de Giraldi, a orientação é que o policial cesse a ação do agressor contra a vítima, mas em caso de tiro "o disparo não deve ter como finalidade a morte".
O mote do candidato ao governo "polícia na rua e bandido na cadeia" se aproxima do discurso do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). A estratégia visa conquistar votos dos eleitores do pesselista.
Em entrevista também à Rádio Bandeirantes, Doria desconversou a comparação de seu discurso com o de Bolsonaro. Mas confirmou que pretende colocar mais agentes na rua e oferecer mais equipamentos para as polícias.
"Todas as novas compras de veículos que fizermos serão blindados, assim como é nos Estados Unidos. Não faz sentido ter um carro sem blindagem, que serve para proteger e melhorar a condição de enfrentamento com os bandidos", disse.