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O placar final importa?

A presidente afastada Dilma Rousseff falou por 14 horas ontem. Hoje, a partir das 10h30, defesa e acusação voltam a discursar. Depois, todos os 81 senadores terão a chance de subir à tribuna e discursar por 10 minutos. Ou seja, oportunidades para mudar corações e mentes não faltam. Mas até as poltronas azuis do Senado […]

DILMA NO SENADO: nos bastidores, disputa pelos votos de cerca de 10 senadores que não cravaram seus votos  / Ueslei Marcelino/ Reuters

DILMA NO SENADO: nos bastidores, disputa pelos votos de cerca de 10 senadores que não cravaram seus votos / Ueslei Marcelino/ Reuters

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Da Redação

Publicado em 30 de agosto de 2016 às 06h46.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h54.

A presidente afastada Dilma Rousseff falou por 14 horas ontem. Hoje, a partir das 10h30, defesa e acusação voltam a discursar. Depois, todos os 81 senadores terão a chance de subir à tribuna e discursar por 10 minutos. Ou seja, oportunidades para mudar corações e mentes não faltam. Mas até as poltronas azuis do Senado sabem que todo esse falatório tem muito pouca importância na hora de converter votos.

O que importa, nesse caso, são as articulações nos bastidores. E, neste âmbito, o dia de ontem foi dominado pelas negociações. De um lado, o governo tentar evitar surpresas. Do outro, liderados por Lula, os petistas tentam o impossível: uma virada de última hora. O problema: Lula até tem encontrado ouvidos amigos, mas os senadores afirmam que só topam mudar de lado com a certeza da vitória. Na mesa dos indecisos, cerca de 10 dos 81 senadores.

Um deles é Fernando Collor (PTC-AL), que se encontrará com Lula na manhã de hoje. Outro, Acir Gurgacz (PDT-RO), já está dos dilmistas, segundo os últimos relatos. Liderada por Edison Lobão (PMDB-MA), a bancada maranhense, toda ela indecisa, espera até a última hora para pular no barco vencedor. Wellington Fagundes (PR-MT), hospitalizado, também é duvida – ele estaria disposto, a debilitado, computar seu voto a favor de Temer. Renan Calheiros (PMDB-AL), deve se abster de votar.

No frigir dos ovos, feitas todas as contas, a chance de Temer terminar com 60 dos 81 votos é grande – o mínimo são 54. A questão: a conta importa?  Para aprovar as medidas de governo, ele precisará no máximo de 49 senadores, no caso das propostas de emenda à Constituição. Mas, no simbolismo, uma vitória arrasadora, ou apertada, poderia, sim, fazer diferença. “A base já está formada, mas a luta pelo relato é importante”, diz Leandro Gabiati, diretor da Dominium Consultoria. Além disso, como lembra Lucas Aragão, sócio da consultoria Arko Advice, os maiores problemas de Dilma vieram de sua base aliada. Neste caso, mostrar força e coesão de largada só fará bem ao governo.

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