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'O Pix é nosso, my friend', posta governo Lula após investigação de Trump

Criado pelo Banco Central em 2020, sistema é o meio de pagamento mais utilizado no país, com mais de 175 milhões de usuários

Agência o Globo
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Publicado em 16 de julho de 2025 às 15h47.

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Em resposta à abertura de uma investigação comercial pelos Estados Unidos contra o Brasil, o governo Lula publicou nesta quarta-feira uma peça nas redes sociais com tom de deboche e defesa do sistema de pagamentos instantâneos.

“O Pix é nosso, my friend”, diz a imagem, acompanhada de uma legenda que afirma: “Parece que nosso Pix vem causando um ciúme danado lá fora, viu?”

A publicação foi feita pelo perfil oficial do Governo Federal no Instagram, após vir a público o documento do Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR) que coloca o Pix entre os alvos de uma investigação por supostas práticas comerciais desleais.

Segundo o relatório, o Brasil favoreceria sistemas de pagamento desenvolvidos pelo governo, como o Pix, o que prejudicaria a competitividade de empresas americanas como Google Pay e Apple Pay.

Criado pelo Banco Central em 2020, o Pix já é o meio de pagamento mais utilizado no país, com mais de 175 milhões de usuários. Apenas em 2024, movimentou R$ 26,4 trilhões em transferências, segundo dados do BC.

Na publicação desta quarta, o governo brasileiro ironiza a crítica americana e afirma que o sistema é “Seguro, Sigiloso e Sem taxas”. “Nada de mexer com o que tá funcionando, ok?”, conclui o texto, que também reforça a soberania nacional: “O Brasil é o quê? Soberano.”

Investigação amplia cerco comercial

A crítica ao Pix é apenas um dos pontos levantados pela investigação aberta pelo governo de Donald Trump, que já anunciou um tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. O relatório do USTR também mira questões como desmatamento ilegal, combate à pirataria, concessão de patentes, atuação de redes sociais, tarifas sobre etanol e alegadas falhas no enfrentamento à corrupção.

No caso das redes sociais, por exemplo, o USTR critica decisões do Supremo Tribunal Federal que obrigam plataformas a removerem conteúdos considerados ilícitos mesmo sem ordem judicial — o que, segundo o governo americano, impõe riscos às empresas dos EUA.

A investigação ainda cita a Rua 25 de Março, em São Paulo, como um símbolo da pirataria no Brasil, e acusa o país de dar tratamento tarifário preferencial ao México e à Índia em detrimento dos Estados Unidos.

Diante do aumento das tensões, o governo Lula já enviou uma carta formal aos EUA cobrando negociações e manifestando "indignação" com as medidas adotadas por Washington.

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