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O peso das novas revelações

Tornado público pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ), o acordo de leniência da petroquímica Braskem, pertencente ao Grupo Odebrecht, trouxe novas revelações o cenário político. Esses fatos, que não haviam aparecido nas delações premiadas de lobistas e executivos da Petrobras, nem haviam sido vazados da delação da própria Odebrecht, complicam ainda mais o cenário […]

TEMER: nesta quinta-feira, o presidente afirmou não pensar em renúncia / Antonio Cruz/Agência Brasil

TEMER: nesta quinta-feira, o presidente afirmou não pensar em renúncia / Antonio Cruz/Agência Brasil

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Da Redação

Publicado em 23 de dezembro de 2016 às 05h52.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h41.

Tornado público pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ), o acordo de leniência da petroquímica Braskem, pertencente ao Grupo Odebrecht, trouxe novas revelações o cenário político. Esses fatos, que não haviam aparecido nas delações premiadas de lobistas e executivos da Petrobras, nem haviam sido vazados da delação da própria Odebrecht, complicam ainda mais o cenário político de 2017.

Entre os relatos do acordo da Braskem está o pagamento de mais de 150 milhões de reais que seriam destinados ao PT e a políticos do partido, incluindo Lula e Dilma Rousseff, ao ex-deputado federal José Janene, à ex-governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, e aos senadores Romero Jucá e Renan Calheiros, do PMDB, em troca de benefícios fiscais. Esses nomes não foram revelados pela Justiça americana, mas foram revelados pelo site Antagonista e confirmados por EXAME Hoje.

Embora os fatos fossem ser tornados públicos mais cedo ou mais tarde por meio de investigações brasileiras, o DOJ acelerou as coisas e jogou o mundo político num novo nível de incerteza, dizem analistas. Dessa vez, os relatos afetam principalmente a cúpula do PT, mas novos vazamentos de informações da delação premiada da Odebrecht na Lava-Jato devem continuar a minar o campo político como um todo, inclusive o governo.

“Os vazamentos da delação não devem parar, mesmo que os documentos estejam no STF, inclusive porque é do interesse da força-tarefa que as informações sejam públicas”, diz Francisco Almeida, analista político da consultoria Barral M Jorge. Ainda segundo Almeida, embora o “cerne” do que a Odebrecht tinha para contar já esteja público, por meio da delação do ex-presidente da companhia, Marcelo Odebrecht, e do ex-lobista Claudio Melo Filho, pequenas pílulas de novidade ainda devem aparecer no começo do ano, dificultando cada vez mais a vida do presidente.

Ontem, o presidente Michel Temer afirmou que não pensa em renúncia, e que fica no cargo até o fim. As revelações americanas, porém, mostram que 2017 será pra lá de desafiador.

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