Alckmin: "O maior desafio do Brasil é fazer o Estado voltar a caber em si" (Sergio Lima/Bloomberg)
João Pedro Caleiro
Publicado em 31 de agosto de 2018 às 06h00.
Última atualização em 31 de agosto de 2018 às 06h00.
São Paulo - Se Geraldo Alckmin tivesse que escolher apenas uma reforma para aprovar, ela seria a reforma política.
"É a mãe de todas as reformas porque garante a democracia e permite ao Estado funcionar com maior eficiência", diz o candidato ao PSDB em respostas enviadas para EXAME.
Alckmin também prometeu zerar o déficit primário em dois anos e fazer com que o Estado deixe de ser empresário para focar em educação, saúde e segurança.
EXAME enviou as mesmas perguntas para as assessorias dos quatro candidatos mais bem colocados nas pesquisas assim como Fernando Haddad (PT), vice da chapa de Luiz Inácio Lula da Silva, que está preso e não deve poder concorrer.
As respostas de Ciro Gomes foram publicadas na quinta-feira (30) e as de Jair Bolsonaro (PSL), Marina Silva (Rede) e Haddad continuam sendo solicitadas.
Veja as respostas de Alckmin:
Os 27 milhões de brasileiros sem trabalho e renda adequada, segundo os números recentes do IBGE. Foram as más políticas do PT que causaram esse desastre. Elas destruíram a confiança na nossa economia e mergulharam o país na recessão.
Isso tudo se traduz no drama do desemprego, nesses milhões de pessoas que não sabem se amanhã vão ser capazes de cuidar da família, de pagar as contas, e olham o futuro sem esperança.
O maior desafio do Brasil é fazer o Estado voltar a caber em si. O ajuste fiscal tem de ocorrer mantendo o teto de gastos, reduzindo benesses fiscais e cortando gastos correntes. Nossa meta é zerar o déficit em 2 anos e gerar um superávit primário.
Mostrar compromisso com a responsabilidade fiscal é pré-requisito para que a confiança volte, para que haja investimentos, para que a economia cresça novamente, gerando empregos e renda.
A reforma política. Temos hoje 35 partidos no Brasil – e sabemos que não há 35 ideologias. Temos, na verdade, pequenas e médias empresas vergonhosamente bancadas com dinheiro público. Precisamos acabar com o voto obrigatório, reduzir o número de partidos, de deputados, de senadores.
A reforma ideal nos levaria ainda ao sistema distrital misto, reconectando os cidadãos a seus representantes. A reforma política é a mãe de todas as reformas porque garante a democracia e permite ao Estado funcionar com maior eficiência.
Precisamos trabalhar nas reformas estruturantes e promover um duro ajuste fiscal para retomar a confiança no país. O déficit fiscal corroeu completamente a capacidade de investimento do governo. As novas obras de infraestrutura e a finalização das obras hoje paralisadas terão de ser feitas atraindo capital privado, por meio de privatizações, Parcerias Público Privadas e concessões.
Vamos dar aos investidores um bom marco regulatório para obras de infraestrutura, com agências reguladoras independentes e gerenciadas tecnicamente, além de aumentar a segurança jurídica.
É nossa diretriz de governo deixar de ser o Estado Empresário para ser o Estado que cuida do que de fato interessa à população: educação, saúde e segurança.
Alguém que seja ficha limpa e vida limpa. Alguém que deseje unir o país, e não dividi-lo entre “nós” e “eles”. Alguém que já tenha provado que sabe fazer, e não queira resolver os problemas no grito. Alguém com coragem para enfrentar o crime. Alguém disposto a reformar o Estado, derrubar privilégios e governar em prol do Brasil.