Silvio Santos e Zé Celso em reunião com o prefeito João Doria (TV Folha/Reprodução)
Luiza Calegari
Publicado em 30 de outubro de 2017 às 10h09.
São Paulo - O prefeito de São Paulo, João Doria, reuniu o dramaturgo Zé Celso e o apresentador Silvio Santos para tentar chegar a um acordo sobre o terreno do teatro Oficina, no bairro do Bixiga.
Mas Silvio Santos não abandonou o tom de brincadeira, o que deu um ar de comédia ao encontro. O vereador Eduardo Suplicy também estava presente.
Silvio Santos conseguiu autorização no Condephaat, conselho estadual de patrimônio, para construir um conjunto de torres residenciais no terreno vizinho ao teatro Oficina, de Zé Celso.
A coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, teve acesso ao vídeo da reunião e o divulgou ontem. Assista:
Silvio Santos comprou o terreno ao lado do teatro Oficina, mas foi impedido de construir lá porque o edifício do teatro, reformado por Lina Bo Bardi, é tombado.
A construção das torres residenciais esconderia a vista que os espectadores têm de parte da cidade durante as peças do teatro.
Silvio Santos diz, em tom de piada: "Meu secretário deu uma boa ideia: a gente coloca lá a 'drogalândia', como é que é, a cracolândia, e o drogado que mais se destacar no dia ganha um prêmio".
A sugestão de Doria é deixar parte do terreno ao Oficina e outra parte a um empreendimento de Silvio Santos com viés cultural, como os que existem "na América".
Ele diz que um projeto de Silvio Santos poderia viabilizar um "funding" (financiamento) e uma área de "retail" (varejo) em um pequeno "mall".
Zé Celso pergunta: "O que é um 'mall'?", e Doria explica: "É um shopping menor". A presença do teatro Oficina no "backyard" (quintal) do empreendimento criaria um "asset" (ativo) para os investidores, diz Doria.
Neste domingo, a página do Teatro Oficina Uzyna Uzona no Facebook divulgou um abaixo-assinado para pedir veto ao projeto de Silvio Santos.
O apelo é dirigido ao governador Geraldo Alckmin, ao secretário José Luiz Penna e conselheiros do Iphan e Conpresp. Eles pedem que o terreno de Silvio Santos tenha destinação pública.
O abaixo-assinado já tinha mais de 2.300 assinaturas no momento da publicação do texto.