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O dia D em Brasília

O dia decisivo chegou. A partir das 9h, o plenário do Senado analisa o relatório que pede o impeachment da presidente Dilma Rousseff por crime de responsabilidade. A previsão é que a sessão dure pelo menos 10h — a votação está prevista para após as 19h. Segundo os jornais Folha de S. Paulo e O […]

A CADEIRA PRESIDENCIAL: votação do impeachment no Senado deve começar após as 19h / Ueslei Marcelino/ Reuters

A CADEIRA PRESIDENCIAL: votação do impeachment no Senado deve começar após as 19h / Ueslei Marcelino/ Reuters

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Da Redação

Publicado em 11 de maio de 2016 às 06h32.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h05.

O dia decisivo chegou. A partir das 9h, o plenário do Senado analisa o relatório que pede o impeachment da presidente Dilma Rousseff por crime de responsabilidade. A previsão é que a sessão dure pelo menos 10h — a votação está prevista para após as 19h. Segundo os jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, pelo menos 50 senadores devem votar pelo afastamento da presidente. São necessários 41.

O próprio governo reconhece que a derrota hoje é inevitável. Uma vitória simbólica para Dilma será se o número de senadores a favor de seu afastamento ficar abaixo de dois terços— ou 54 votos. Esse é o número necessário para que ela seja cassada definitivamente quando o processo voltar a ser votado em plenário dentro de 180 dias. Qualquer votação abaixo dos 54, portanto, dá uma sobrevida a Dilma — pelo menos aos olhos dos governistas.

Dentre os indecisos ou que não declararam votos — e que podem ser decisivos para essa conta — estão figuras influentes e escorregadias. Os senadores Raimundo Lira (PMDB-PB) e Vicentinho Alves (PR-TO) já mudaram de opinião mais de uma vez, e agora estão na lista de indecisos. Walter Pinheiro (sem partido-BA) é militante histórico do PT, mas saiu da sigla em março, com o agravamento da crise política.

A lista ainda tem o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o ex-presidente da República, Fernando Collor. Calheiros não fala sobre sua posição, mas historicamente fez parte do campo do PMDB mais próximo a Dilma Rousseff e ao PT. Por outro lado, nos últimos dias deu sinais de que ajudaria a compor um governo Temer. Collor, por sua vez, até hoje fala da injustiça que diz ter sofrido quando foi afastado, em 1992. Mas seu voto também é um mistério.

Dilma, por sua vez, ainda tenta se segurar no cargo por meio da Justiça. Nesta terça, o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, entrou com um mandado de segurança pedindo que o processo de impeachment seja paralisado. Cardozo alega que Eduardo Cunha, então presidente da Câmara, teria feito chantagem contra o governo, pedindo votos na Comissão de Ética da Câmara contra o processo que pode cassar o seu mandato de deputado. É pouco provável que o recurso mude o rumo do processo, mas é um fator a mais para conturbar esta quarta-feira histórica em Brasília.

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