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O Butantan está pronto para produzir 40 mi de doses da vacina, diz diretor

De acordo com Dimas Covas, o que falta para começar a fabricação é a autorização da Anvisa de importação dos insumos

Coronavac: vacina é desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e pelo Butantan (Governo de São Paulo/Divulgação)

Coronavac: vacina é desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e pelo Butantan (Governo de São Paulo/Divulgação)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 28 de outubro de 2020 às 13h56.

Última atualização em 28 de outubro de 2020 às 18h01.

O diretor do Butantan, Dimas Covas, disse nesta quarta-feira, 28, que o instituto já fez as adequações na fábrica e está pronto para produzir 40 milhões de doses da vacina contra a covid-19. Ele, porém, condicionou o início da fabricação só depois de autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A pandemia mexeu com a economia e os negócios no mundo todo. Venha aprender com quem conhece na EXAME Research.

“A fábrica está aguardando a chegada da matéria-prima da China para fabricar 40 milhões de doses. Essas estão garantidas até dezembro de 2020, incluindo as 6 milhões de doses que já vêm prontas. O início de vacinação depende do programa que se seguirá. Ele poderá ser estadual ou federal. Nunca houve uma campanha que não fosse nacional”, disse ele em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes.

Dimas Covas ainda disse que aguarda a liberação da importação dos insumos por parte da Anvisa. Também preferiu não fazer nenhuma previsão de data para quando ela vai estar pronta.

“Foi solicitada no dia 23 de setembro a autorização de importação do insumo. Até o dia de hoje não saiu. Cada dia que nós aguardamos, é um dia a menos de vacina pronta. O prazo é até o dia 5 de novembro”, disse.

Sobre as 6 milhões de doses já prontas, a Anvisa autorizou a importação, mas o Butantan ainda aguarda a liberação do governo chinês.

A grande dúvida que ainda há é se a vacina, desenvolvida entre o Butantan e o laboratório chinês Sinovac, vai fazer parte do Programa Nacional de Imunizações. Estar no cronograma do Ministério da Saúde garantiria cerca de 2 bilhões de reais necessários para produzir mais 60 milhões de doses.

Segundo o governador João Doria (PSDB), caso o governo federal não insira a vacina chinesa no programa nacional, o estado de São Paulo vai garantir os recursos para ter o total de 100 milhões de doses. “O ideal é que façamos o ritual dos últimos 50 anos. Aquisição e distribuição pelo Ministério da Saúde”, enfatizou Doria nesta quarta-feira.

O governador disse ainda que já houve a consulta de outros governadores para adquirir diretamente a vacina, mas que não há nada fechado.

Testes continuam

Na semana passada, o Butantan revelou dados preliminares da fase de testes da vacina contra a covid-19. Menos de 35% dos voluntários tiveram algum tipo de efeito colateral, e a maior parte foi apenas de uma dor no local da aplicação.

Apesar de não apresentar efeitos colaterais significativos, ainda não há como afirmar se ela é eficaz para combater a covid-19. Até o momento, 9.000 voluntários já receberam a vacina em sete estados brasileiros. O total de testados será de 13.000 pessoas.

O diretor do Butantan, Dimas Covas, explicou que, para que a comprovação da eficácia seja confirmada, é necessário que pelo menos 61 casos de covid-19 sejam confirmados dentro do grupo de voluntários, o que ainda não ocorreu. Com este diagnóstico positivo é possível identificar se aquele voluntário recebeu o placebo ou a vacina e comparar os dados.

 

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