Brasil

O Brasil se aproxima dos EUA em velocidade de mortes por coronavírus

A marca de 10.000 óbitos por covid-19 no país deve ser batida 74 dias após a confirmação do primeiro caso. Os americanos levaram 73 dias

Coronavírus: Brasil deve bater hoje duas marcas nada lisonjeiras na luta contra a pandemia (Bloomberg / Colaborador/Getty Images)

Coronavírus: Brasil deve bater hoje duas marcas nada lisonjeiras na luta contra a pandemia (Bloomberg / Colaborador/Getty Images)

O Brasil deve bater hoje duas marcas nada lisonjeiras na luta contra a pandemia do novo coronavírus: mais de 150.000 casos confirmados de covid-19 e mais de 10.000 mortes causadas pela doença. Em um momento de embate entre os que defendem medidas mais duras para conter a propagação do vírus e os que clamam pelo relaxamento da quarentena, a dúvida é se o país está ou não se aproximando do pico da doença.

Como ninguém ainda sabe ao certo o que vai acontecer nos próximos dias, é possível buscar pistas olhando um pouco para trás. E o que o passado nos mostra é que, até agora, a velocidade de aumento de óbitos no Brasil por covid-19 está muito próxima da dos Estados Unidos, o país que lidera atualmente o número de óbitos causados pela doença (até ontem, cerca de 77.000 mortes).

Cruzando os dados da universidade americana Johns Hopkins e do site Worldometer, duas das principais fontes sobre a situação da pandemia no mundo, é possível observar que, desde a confirmação do primeiro caso de covid-19 no Brasil, em 26 de fevereiro, o país levou 74 dias para atingir a marca de 10.000 mortes pela doença. Os Estados Unidos, cujo primeiro caso foi confirmado mais de um mês antes, em 22 de janeiro, demoraram só um dia a menos (73 dias) para alcançar a mesma marca.

Entre os seis países que já superaram a marca de 10.000 mortes por covid-19 até agora, quem atingiu esse número em menos tempo foi a Itália (58 dias), seguida de Espanha (62 dias), Reino Unido (71 dias) e França (75 dias).

Outra maneira de analisar os dados é comparar o número de mortes registradas em diferentes países no mesmo intervalo de 74 dias que o Brasil precisou para alcançar a marca de 10.000 óbitos por covid-19. Aqui, novamente, o Brasil não fica muito distante da realidade americana. Nesse período de quase dois meses e meio desde a confirmação do primeiro caso, os Estados Unidos registraram 11.793 mortes.

Na Itália, a propagação foi muito mais veloz: 20.465 mortes em 74 dias. Nesse mesmo intervalo, a Espanha teve 18.255 mortes. No Reino Unido, foram 13.029 mortes. Na outra ponta, a Alemanha registrou 2.607 mortes em 74 dias, atestando a eficácia de sua estratégia de testagem da população em massa para identificar, isolar e tratar os doentes.

O resumo da ópera é que, em número absoluto de mortes na pandemia, o Brasil está hoje numa situação muito parecida com a dos Estados Unidos pouco mais de um mês atrás. Ontem, entre todos os países, o Brasil ficou atrás apenas dos Estados Unidos em número diário de novos óbitos.

Como se sabe, o passado nem sempre determina o que vai acontecer no futuro, mas serve de alerta para que, daqui a um mês, o Brasil não alcance o topo desse indesejável ranking.

CABEÇA A CABEÇA

Quanto tempo os países levaram para chegar a 10.000 mortes por covid-19 desde a confirmação do primeiro caso

Itália58 dias
Espanha62 dias
Reino Unido71 dias
Estados Unidos73 dias
BRASIL74 dias
França75 dias

 

Quantas pessoas morreram no país em 74 dias desde a confirmação do primeiro caso
Itália20.465 pessoas
Espanha18.255 pessoas
Reino Unido13.029 pessoas
Estados Unidos11.793 pessoas
BRASIL10.000 pessoas *a confirmar
França8.911 pessoas
Bélgica5.163 pessoas
China3.199 pessoas
Alemanha2.607 pessoas

Fontes: Universidade Johns Hopkins e Worldometer

As últimas notícias da pandemia do novo coronavírus

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusEstados Unidos (EUA)

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas