Chuvas: O CGESP alerta aos paulistanos para não enfrentarem correntezas de alagamentos (Paulo Pinto/Fotos Públicas)
Carolina Riveira
Publicado em 17 de setembro de 2020 às 18h14.
Última atualização em 17 de setembro de 2020 às 18h27.
A fuligem de queimadas na Floresta Amazônica e no Pantanal segue em direção a São Paulo, ameaçando transformar o dia em noite nos próximos dias.
Uma nuvem escura gigante causada pelos incêndios se aproxima do Paraná, onde pode chegar na sexta-feira, 18, antes que os ventos empurrem a fumaça para São Paulo no sábado, 19, disse Celso Oliveira, meteorologista da Somar Meteorologia.
Quando chegar na capital paulista, pode causar uma chuva negra, fenômeno causado por partículas de fumaça e poeira que não se dissolvem na água, disse. No ano passado, quando os incêndios na Amazônia atraíram críticas da comunidade internacional, uma nuvem negra também envolveu a cidade de São Paulo.
O número de focos de incêndio nos biomas Amazônia e Pantanal em 2020 aumentou 12% e 208%, respectivamente, em relação a 2019, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Temperaturas escaldantes e tempo seco continuarão a provocar incêndios na região central e Norte do país, disse Oliveira. As temperaturas máximas estão mais de 5 graus Celsius acima dos níveis normais na maior parte da Região Centro-Oeste, um padrão que pode continuar nos próximos sete dias.
“Cuiabá pode ter a temperatura mais alta já registrada, de 43 graus”, disse. “Não chove na cidade há 115 dias.”
Os incêndios na Amazônia e no Pantanal, que já afetam a qualidade do ar no Centro-Oeste, agravam a crise no Brasil, que se tornou epicentro da pandemia de coronavírus. O país fica atrás apenas dos Estados Unidos em número de mortes pela doença e ocupa o terceiro lugar em casos, atrás dos Estados Unidos e da Índia.