STF: as condenações de Lula por Moro já foram anuladas por Fachin, relator da operação Lava Jato no STF (Marcos Oliveira/Agência Senado)
Reuters
Publicado em 23 de março de 2021 às 10h48.
Última atualização em 23 de março de 2021 às 12h04.
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) volta nesta terça-feira ao julgamento da ação de suspeição do ex-juiz Sergio Moro nas condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O ministro Nunes Marques, que havia pedido vista do processo, devolveu o caso para julgamento e o ministro Gilmar Mendes, presidente da Turma, o incluiu na pauta da tarde desta terça.
O julgamento na Segunda Turma foi suspenso no dia 9 deste mês com um empate em 2 a 2. Gilmar Mendes, que havia pedido vista, apresentou seu voto e empatou o resultado. Mendes retomou o julgamento um dia após o ministro Edson Fachin anular as condenações de Lula na Lava Jato.
Já havia votado a favor da suspeição de Moro o ministro Ricardo Lewandowski. Já os ministros Cármem Lúcia e Edson Fachin votaram contra. Ambos os que votaram contra, no entanto, indicaram que irão fazer nova manifestação de voto, o que criou expectativa para que um dos ministros possa mudar o voto e passar a ser favorável à suspeição.
Em caso separado, as condenações de Lula por Moro foram anuladas por Fachin, relator da operação Lava Jato no STF, que, na véspera da votação na Segunda Turma, decidiu que a 13ª Vara Federal de Curitiba não tinha competência para julgar os casos do ex-presidente, que não teriam relação direta com a Petrobras.
A decisão, com cinco anos de atraso, foi vista como uma tentativa de evitar o julgamento de suspeição de Moro, que pode anular de vez todas as sentenças de Lula e também de outros julgamentos do ex-juiz e ex-ministro da Justiça.
Os processos de Lula voltaram para a primeira instância, agora na Justiça Federal em Brasília, e com isso o ex-presidente recuperou seus direitos políticos e está apto a disputar a eleição do ano que vem.