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"‘Nunca aceitei dinheiro"’, garante ex-auditor do TCU

Cyonil da Cunha Borges de Farias Júnior veio a público para negar que tenha aceitado inicialmente R$ 100 mil em propina e depois se arrependido, como divulgado pela PF


	Polícia Federal: "Fico triste pelo tratamento dado pela mídia e órgãos de fiscalização, afinal não aceitei, logo não teria como me arrepender", afirmou o ex-auditor denunciado pela PF
 (Polícia Federal/Divulgação)

Polícia Federal: "Fico triste pelo tratamento dado pela mídia e órgãos de fiscalização, afinal não aceitei, logo não teria como me arrepender", afirmou o ex-auditor denunciado pela PF (Polícia Federal/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 27 de novembro de 2012 às 08h14.

São Paulo - Delator do esquema de venda de pareceres e laudos técnicos que levou à Operação Porto Seguro da Polícia Federal (PF), o ex-auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) Cyonil da Cunha Borges de Farias Júnior veio a público no último domingo (25) para negar que tenha aceitado inicialmente R$ 100 mil em propina e depois se arrependido, como divulgado pela PF.

"Fico triste pelo tratamento dado pela mídia e órgãos de fiscalização, afinal não aceitei, logo não teria como me arrepender. Nunca aceitei qualquer R$", escreveu Cyonil em um fórum de debates na internet. A autenticidade do relato foi confirmada pelo próprio ao jornal O Estado de S. Paulo.

Cyonil relata que o suposto corruptor (Paulo Vieira, ex-diretor de Hidrologia da Agência Nacional de Águas) o "caçou" pela cidade, escreveu "milhões de e-mails" e foi até a portaria do seu prédio para oferecer dinheiro.

O ex-auditor afirma que não desceu até a portaria do edifício para recebê-lo mas, mesmo assim, Vieira deixou um envelope com R$ 100 mil com o porteiro. "Fiquei atordoado quando vi o pacote, não sabia o que fazer com ele. Decidi guardá-lo em casa e preparar provas para denunciar tudo à PF", disse.

Autor de livros sobre direito administrativo e professor de cursinhos preparatórios para concursos públicos, Cyonil fez o desabafo no Fórum Concurseiros, em um tópico de debate aberto por seus ex-alunos.


Os estudantes queriam saber o motivo de o professor - tido por muitos como exemplo de ética e retidão - ter seu nome envolvido no escândalo que derrubou a chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, e o número 2 da Advocacia-Geral da União, José Weber de Holanda Alves.

Segundo seu relato, Vieira se beneficiou da proximidade pessoal para tentar corrompê-lo. Cyonil relata que começou a reunir provas da tentativa de suborno para se precaver e apresentar uma denúncia consistente à PF. "Juntei tudo, até meus extratos bancários, algumas gravações que fiz." Ele afirma que detém muitos outros detalhes do processo ainda não revelados, mas não os divulgará até o fim do inquérito. "Há milhões de outras informações. Foram três anos de e-mails guardados. Que bandido guarda os e-mails na caixa de entrada e saída? Acho que só eu, né?", provoca.

Ele diz que "a galera do lado de lá" fará tudo para desmerecer a sua imagem, mas afirma que nunca titubeou em seguir em frente com a denúncia e hoje se diz aliviado. "Muitos vão acreditar em mim. Muitos vão me apedrejar. Não me arrependo de ter denunciado o esquema", afirma. 

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