Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 27 de março de 2024 às 10h04.
Última atualização em 28 de março de 2024 às 09h15.
O Brasil apresenta pela quarta vez queda no número anual de nascimentos, com redução de 3,5% entre 2021 e 2022. Os dados são das Estatísticas do Registro Civil de 2022, divulgados nesta quarta-feira, 27, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O ritmo de retração é inferior ao de 2020, que foi de - 4,7%, mas é superior aos - 3% registrados em 2019 e o recuo de 1,9% em 2021. Na comparação com a média anual entre 2010 e 2019, a queda é de 11,4%, ou 326.181 nascimentos.
“A redução da natalidade e da fecundidade no país, já sinalizada pelos últimos Censos Demográficos, somada, em alguma medida, aos efeitos da pandemia, são elementos a serem considerados no estudo sobre a evolução dos nascimentos ocorridos no Brasil nos últimos anos”, explica a gerente da pesquisa do IBGE, Klívia Brayner, em nota.
Em 2022, o número de crianças nascidas e registradas foi de 2.542.298, uma diferença de 93.566 registros em relação a 2021. Foi o menor total de nascimentos da pesquisa desde 1977. A série histórica foi iniciada em 1974.
A maior queda foi registrada no Nordeste, com redução de 6,7% dos nascimentos, seguido pelo Norte, com queda de 3,8%, o Sudeste, retração de 2,6%, Centro-Oeste, queda de 1,6%, e o Sul, com redução de 0,7%.
Em números absolutos, São Paulo foi o estado com mais nascimentos registrados, total de 512.611. Roraima, com 11.538, teve o menor registro.
Na variação do número de nascimentos em relação a 2021, Santa Catarina e Mato Grosso foram os únicos estados que tiveram aumento de nascimentos em 2022.
A maior variação negativa foi apontada na Paraíba, onde os nascimentos caíram 9,9%.
Em 2022, a média mensal de nascimentos registrados foi de 211.858. O maior volume de registros é de crianças que nasceram nos meses de março, com 233.177, e de maio, com 230.798.
Nenhum mês de 2022 registrou volume maior que a média entre 2015 e 2019.
Os dados mostram que nos últimos 20 anos houve aumento no percentual de mulheres que viram mães após os 30 anos. Cerca de 39% dos nascimentos em 2022 foram de mães com 30 anos ou mais. Na comparação com 2000, quando o número era de 24%, houve um aumento de 15 pontos percentuais.
Apesar da redução nos últimos anos, as mulheres predominantemente têm filhos entre 20 e 29 anos, cerca de 49,2% do total. Em 2000, o percentual era de 54,5%. A porcentagem de mulheres com menos de 20 anos que tiveram filhos caiu de 21,6% em 2000 para 12,1% em 2022.
A região Norte tem o maior r percentual de nascimentos gerados por mães com menos de 20 anos (18,7%) e a Região Sudeste com o maior percentual de nascimentos gerados por mães com 30 anos ou mais (42,9%).