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Número de internações aumenta em 86% dos hospitais particulares de SP

63% da rede, entretanto, tem capacidade de aumentar ainda mais o número de leitos; setor defende compartilhamento de leitos com a rede pública

Paciente com coronavírus no Hospital Nossa Senhora da Conceição,  Porto Alegre
 19/11/2020 REUTERS/Diego Vara (Diego Vara/Reuters)

Paciente com coronavírus no Hospital Nossa Senhora da Conceição, Porto Alegre 19/11/2020 REUTERS/Diego Vara (Diego Vara/Reuters)

FS

Fabiane Stefano

Publicado em 15 de janeiro de 2021 às 12h35.

Nos primeiros dez dias do mês de janeiro, 86% dos hospitais particulares do estado de São Paulo registraram aumento no número de internações por covid-19. Com isso, as taxas de ocupação de leitos de UTI também deram um salto: 74% dos hospitais da rede privada tiveram que aumentar o número de leitos destinados à pacientes com covid, e 72% já operavam acima de 70% da capacidade no mesmo período.

Os resultados da pesquisa, feita pelo Sindhosp (que representa hospitais, clínicas e laboratórios particulares do estado), foram publicados nesta sexta-feira (15), um dia depois do sistema de saúde de Manaus entrar em colapso por falta de oxigênio hospitalar.

Com pouco distanciamento social e tendência de alta no número de casos em quase todo o país, é bem possível que a situação da capital amazonense se repita pelo país nos próximos dias - pelo menos na rede pública. Mesmo após o aumento significativo de leitos clínicos e de UTI, 63% dos hospitais declararam ter capacidade de aumentar ainda mais o número de leitos caso seja necessário.

Para evitar casos de desassistência à população, em que alguns hospitais já operam com as UTI's no limite da capacidade, o Presidente do SindHosp, Francisco Balestrin, defende que os leitos excedentes da rede privada sejam compartilhados com a rede pública.

Precisamos atender a todos pacientes, sejam infectados pelo coronavírus ou não. A integração público-privada torna-se fundamental nesse momento da pandemia. E os hospitais privados estão ampliando atendimentos e desdobrando esforços para garantir assistência à população.

Francisco Balestrin, presidente do SindHosp

Com a média geral de ocupação de leitos de UTI acima de 67% (o que considera as redes pública e privada) no estado, o governo de SP promove hoje uma reclassificação das fases da quarentena. A tendência dos números mais recentes, referente à última quinta (14), indicam uma possível regressão para a fase laranja, mais restritiva, em pelo menos cinco regiões.

Originalmente marcada para o início de fevereiro, a reclassificação foi adianta para hoje, o que indica que alguma tendência nos números – atualmente negativa – acendeu uma luz de aviso no Centro de Contingência da Covid-19, que orienta as ações do governo paulista no enfrentamento à pandemia. A tendência de alta, que deve alcançar um pico por volta do dia 20, é um reflexo das aglomerações registradas nas comemorações de Natal e Ano Novo.  

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