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Número de eleitores que já escolheram em quem votar para presidente é o maior desde 2010

Pesquisa Ipec mostra que 80% das pessoas que citam algum candidato afirmam que a decisão é definitiva — ou seja, têm certeza do voto

 (Ricardo Stuckert/Adenir Britto/PMSJC/Sergio Lima/Divulgação)

(Ricardo Stuckert/Adenir Britto/PMSJC/Sergio Lima/Divulgação)

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Alessandra Azevedo

Publicado em 21 de setembro de 2022 às 16h42.

O número de brasileiros que dizem já ter escolhido o candidato para a Presidência da República, em setembro deste ano, é maior do que o observado na mesma época nas últimas três eleições. Quando são perguntados em quem vão votar para ocupar o Palácio do Planalto a partir de 2023, 91% dos eleitores citam um dos candidatos, se forem listados os nomes de quem está concorrendo.

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O dado está na pesquisa Ipec mais recente, divulgada em 19 de setembro. Os 9% restantes não sabem em quem votar (4%) ou dizem que votarão em branco ou nulo (5%). Em 2018, no mesmo mês, 21% dos eleitores não citavam nenhum candidato. O percentual era de 13% em 2014 e de 12% em 2010, em pesquisas feitas entre 10 e 17 de setembro.

Intenção de voto presidencial

O levantamento mais recente aponta que, quando são listados os candidatos à Presidência da República, 96% dos eleitores brasileiros dizem que já sabem em quem vão votar ou que decidiram anular o voto, sendo que 80% dos que mencionaram algum nome afirmam que a decisão é definitiva — ou seja, têm certeza da escolha.

Para a CEO do Ipec, Márcia Cavallari, a principal diferença em relação às eleições de 2018 é que, no pleito anterior, havia candidatos menos conhecidos. Neste ano, os mais bem colocados na disputa são o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que esteve há pouco tempo no poder, e o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL).

Diante desse quadro, "a decisão [para presidente] fica mais fácil”, avalia Cavallari. “A eleição para presidente de 2022 está no foco do eleitor, diferentemente do que ocorreu em 2018”, explica.

O cenário para a Presidência também estava menos claro em setembro de 2018, de forma que era mais difícil para o eleitor escolher com convicção. Lula, que era apontado como o candidato do PT no início da campanha daquele ano, só foi substituído oficialmente por Fernando Haddad (PT) em 11 de setembro.

Decisão para governador demora mais

Nos estados, a escolha dos governadores está menos definida do que o cenário para presidente, mas mais clara neste ano do que na mesma época em 2018. Em geral, os eleitores demoram mais para decidir os votos para governador, senador e deputados, aponta Cavallari. 

A EXAME avaliou a situação em cinco estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco e Rio Grande do Sul. Nestes locais, o percentual de pessoas que não citam nenhum nome para o governo varia entre 14% e 26%, nas pesquisas estimuladas (quando são mencionados os candidatos que estão concorrendo) feitas em setembro pelo Ipec.

No recorte dos que não citam nenhum nome são considerados os eleitores que não sabem em quem votar, os que não respondem e os que dizem que votarão nulo ou em branco. Nos cinco estados, os índices são menores do que os observados em setembro de 2018, quando ficavam entre 23% e 34%, segundo levantamento feito pelo Ipec. 

A diferença acontece porque 2018 foi um ano “fora da curva”, aponta o cientista político André César, da Hold Assessoria Legislativa. “As últimas eleições foram completamente atípicas, em um contexto que afetou a definição para todos os cargos. Não se espera que este ano haja uma explosão de novos nomes, como naquele ano”, diz.

Em contextos diferentes, é natural que, neste ano, o percentual de pessoas que não citam nenhum candidato para governador esteja um pouco abaixo do observado em 2018, já que os nomes tendem a ser mais conhecidos. Os números estão mais alinhados com eleições “típicas”, como a de 2014, por exemplo.

A proporção de eleitores que não citavam candidatos nas pesquisas estimuladas feitas em setembro de 2014 pelo Ipec em São Paulo era de 22%, mesmo percentual observado em setembro deste ano. No Rio de Janeiro, 22% não sabiam ou diziam que votariam nulo ou em branco -- neste ano, 23% estão em alguma dessas situações. 

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