Brasil

Número de bebês nascidos com microcefalia já ultrapassa 500

A doença, uma má-formação, ganhou níveis epidêmicos nos últimos três meses


	Microcefalia: maior suspeita é que doença seja resultado da infecção da mãe pelo zika vírus durante a gestação
 (Thinkstock)

Microcefalia: maior suspeita é que doença seja resultado da infecção da mãe pelo zika vírus durante a gestação (Thinkstock)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de novembro de 2015 às 20h07.

Brasília - O número de casos de bebês nascidos com microcefalia já ultrapassa a marca dos 500. A expansão do número de casos impressionou técnicos do próprio Ministério da Saúde, que nesta segunda, 23, deve divulgar os indicadores oficiais.

A doença, uma má-formação, ganhou níveis epidêmicos nos últimos três meses. Há duas semanas, diante do aumento de casos, foi decretado estado de emergência sanitária nacional.

A maior suspeita é a de que os números, até então nunca vistos em nenhum país do mundo, são resultado da infecção da mãe durante a gestação pelo zika vírus.

O pesquisador da Fiocruz Rivaldo Cunha estima que chegaremos até o fim do ano com cerca de 2 mil casos de microcefalia.

"Estamos diante de uma tríplice epidemia", afirmou, numa referência à chikungunya e à dengue, doenças que têm em comum com a zika o transmissor: o mosquito Aedes aegypti e que também avançam no País.

Este ano, os indicadores de dengue bateram recorde, tanto em notificações de infecções quanto de mortes. Números indicam que a chikungunya, que chegou ano passado no Brasil e permaneceu nos primeiros meses concentrada em um pequeno número de cidades também avança pelo Brasil.

Em 2014, a infecção foi identificada em 3.657 pessoas, residentes em oito cidades.

Agora, o número de casos suspeitos ultrapassada 8 mil e estão espalhados em pelo menos 44 municípios nos Estados do Amazonas, Amapá, Pernambuco, Sergipe, Bahia, Mato Grosso do Sul, Piauí, Rio Grande do Norte e Distrito Federal.

Somente em Pernambuco, foram notificados 785 casos suspeitos de chikungunya.

Embora o risco de morte seja menor, a doença pode atingir as articulações, tornar-se crônica e deixar o paciente por meses impossibilitado de executar tarefas simples, como vestir-se ou se alimentar.

Além da forte suspeita de provocar microcefalia nos bebês (má-formação que de acordo com níveis pode levar a ter deficiência mental, motora, problemas de audição e visão), há investigações sobre o risco de a zika provocar em parte de pacientes uma doença autoimune, que provoca paralisia, a Guillaim-Barré.

Há registros de casos no Brasil tanto na Bahia quanto em Pernambuco. Os pacientes geralmente desenvolvem o problema semanas depois da fase aguda da infecção por zika.

O tratamento exige internação e demanda um longo período, até a completa reabilitação.

Diante dessa situação, o governo reativou um Grupo Especial, que entrou pela primeira vez em ação durante a Pandemia da Gripe A.

São 17 ministérios, que devem atuar para de forma coordenada para tentar combater o mosquito Aedes aegypti.

Semana passada, secretários estaduais de saúde propuseram a criação de um Fundo Nacional, para que recursos sejam aplicados de forma exclusiva para o combate às arboviroses.

Na Bahia, até meados de novembro foram notificados 62.635 casos suspeitos de Zika, 19.231 casos suspeitos de Chikungunya e 49.592 casos prováveis de dengue.

Acompanhe tudo sobre:BebêsDengueDoençasGravidezMicrocefaliaSaúde

Mais de Brasil

Revalida divulga resultado de recursos para atendimento especializado

Com segurança reforçada, Alexandre de Moraes recebe homenagem no Tribunal de Contas de SP

Nova onda de frio terá ciclone e 'chuva congelada' no Brasil; veja quando começa

São Paulo terá chuva, rajadas de vento e temperatura de 6 ºC; Defesa Civil emite alerta