Brasil

Novo socorro ao setor elétrico tem custo mais alto

Alto preço da eletricidade compromete caixa de distribuidoras, resultado da ausência de chuvas e do baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas


	Banco do Brasil: sete bancos já garantiram que participarão do segundo empréstimo
 (Adriano Machado/Bloomberg/Bloomberg)

Banco do Brasil: sete bancos já garantiram que participarão do segundo empréstimo (Adriano Machado/Bloomberg/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2014 às 07h22.

Brasília - O governo federal anunciou nesta quinta-feira que um novo empréstimo de 6,6 bilhões de reais para as distribuidoras de energia será liberado até 15 de agosto e terá custo de CDI mais 2,35% ao ano.

Trata-se do segundo socorro ao setor elétrico em 2014 e a nova tranche de recursos saiu mais cara do que a primeira, de abril, quando um pool de 10 bancos disponibilizou 11,2 bilhões de reais a uma taxa de CDI mais 1,90% ao ano.

As distribuidoras de energia estão com o caixa comprometido devido ao elevado preço da eletricidade no mercado de curto prazo, resultado da ausência de chuvas e do baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas.

Sete bancos comerciais já estão garantidos no grupo de instituições participantes do segundo empréstimo: Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Santander Brasil, Itaú Unibanco, BTG Pactual e Citibank.

BB e Caixa deverão emprestar cada um 750 milhões de reais à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), que repassará o dinheiro às distribuidoras, de um total de 3,6 bilhões de reais da parte dos bancos comerciais na operação, disse a jornalistas o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Paulo Rogério Caffarelli.

Os 3 bilhões de reais restantes do empréstimo virão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BDNES).

Ao anunciar a operação, Caffarelli justificou o encarecimento do novo empréstimo em relação ao primeiro, que não contou com o BNDES. "Essa operação é mais cara que a primeira porque é a segunda tranche de uma operação cujas garantias estão estruturadas da mesma maneira que a primeira... Sempre quando há operação subordinada o custo tende a ser maior do que a primeira operação", disse.

O dinheiro do primeiro empréstimo à CCEE terminou em junho, quando foram liquidados os contratos de curto prazo de energia das distribuidoras referentes a abril.

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Marício Tolmasquim, acredita que os novos recurso sejam suficientes para cobrirem os gastos das distribuidoras até o fim do ano com a energia mais cara.

"Para o grosso que é necessário até o final do ano, é suficiente. Pode, eventualmente, precisar de um resíduo, mas isso é totalmente possível cada distribuidora arcar", disse ele a jornalistas após evento em São Paulo nesta quinta-feira.

"Realmente, a ideia é não ter mais empréstimo. A gente acha que isso é suficiente para o ano", disse.

Pagamento

Conforme informou o secretário, a cârencia do segundo financiamento será até outubro de 2015, com os pagamentos sendo feitos entre novembro do próximo ano e novembro de 2017.

Ele disse que outros seis bancos comerciais ainda podem aderir à operação. Desse grupo, três instituições financeiras fizeram parte da primeira tranche de socorro em abril (Bank of America, Credit Suisse e JPMorgan).

As garantias do novo empréstimo são encargos setoriais, as mesmas do primeiro financiamento.

Para dar tempo às distribuidoras de conseguir os recursos desse segundo empréstimo, a diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) adiou até 28 de agosto o prazo para liquidação das despesas das distribuidoras com operações de maio do mercado de curto prazo não cobertas pela tarifa.

Segundo Caffarelli, o repasse do segundo empréstimo para a conta de luz do consumidor poderá ser feito a partir de fevereiro de 2015, mas isso depende de Aneel.

O secretário-executivo da Fazenda informou ainda que dos 13 bilhões de reais que o Tesouro Nacional aportará na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) para ajudar o setor em 2014, 6,045 bilhões de reais foram transferidos até a primeira semana de agosto. Até o fim de julho, as tranferências somavam 5,3 bilhões de reais.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasHoldingsSantanderBancosEmpresas espanholasBB – Banco do BrasilEnergia elétricaServiçosEmpresas americanasBradescoItaúItaúsaBTG PactualEnergiaFinançasCitibankCitigroupCaixaEletricidadebancos-de-investimento

Mais de Brasil

Relator afirma que votação de PL da anistia pode ser adiada diante de impasse sobre texto

Moraes suspende lei sancionada pelo governo de SP que regulamentava mototáxi

Censo da Educação Superior: quais estados têm mais alunos matriculados na universidade? Veja a lista

Tempestade em São Paulo alaga aeroporto, destelha estação de trem e deixa oito feridos