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Novo ministro do STF, Moraes apoia bloqueios ao WhatsApp

Durante sua sabatina, Moraes defendeu que aplicativos como o WhatsApp possam ser bloqueados no território nacional, caso não colaborem com a Justiça

WhatsApp: Moraes no STF pode mudar o debate jurídico sobre o aplicativo (Saulo Pereira Guimarães/EXAME.com)

WhatsApp: Moraes no STF pode mudar o debate jurídico sobre o aplicativo (Saulo Pereira Guimarães/EXAME.com)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de fevereiro de 2017 às 14h30.

Última atualização em 23 de fevereiro de 2017 às 15h35.

São Paulo - Alexandre de Moraes, novo ministro do Supremo Tribunal Federal, pode mudar o debate jurídico que há no País hoje a respeito de bloqueios judiciais de aplicativos.

Durante sua sabatina, realizada no início desta semana no Senado Federal, Moraes defendeu que aplicativos como o WhatsApp possam ser bloqueados no território nacional, caso não colaborem com a Justiça.

Moraes disse que"a empresa dona do aplicativo não dá nenhum apoio às investigações criminais", e que encaminhou, no Ministério da Justiça, uma proposta para obrigar a empresa responsável pelo aplicativo a ter sede no Brasil.

Segundo o magistrado, isso poderia acontecer por meio de uma mudança no Marco Civil da Internet.

"Essa é uma questão que o Congresso Nacional deve analisar, porque é importantíssima, do Whatsapp e da comunicação. Porque não se trata só da comunicação de mensagem, mas se trata da utilização por organizações criminosas da ligação pelo Whatsapp", disse Moraes.

No entanto, é importante lembrar que o Marco Civil já tem uma regra que permite que o WhatsApp possa ser acionado na Justiça brasileira - no artigo 11, a lei define que pode ser aplicada para empresa que atue no exterior, mas tenha uma integrante do mesmo grupo econômico no Brasil.

Uma interpretação possível no caso do WhatsApp, que foi comprado pelo Facebook em 2014 - este último, por sua vez, possui escritório no Brasil.

Em entrevistas recentes, Brian Acton, cofundador do WhatsApp, disse que não tem planos para abrir uma sede da empresa no Brasil. Segundo ele, é mais fácil administrar a companhia diretamente dos Estados Unidos.

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