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Novo diretor-geral da PRF diz que ‘não vai compactuar com qualquer investida contra democracia’

Em seu discurso, Oliveira afirmou que assume o cargo com a missão de resgatar a "essência cidadã" da PRF e criticou a gestão anterior

Antônio Oliveira anunciou a criação de uma coordenação de Direitos Humanos na corporação (Valter Campanato/Agência Brasil)

Antônio Oliveira anunciou a criação de uma coordenação de Direitos Humanos na corporação (Valter Campanato/Agência Brasil)

AO

Agência O Globo

Publicado em 8 de fevereiro de 2023 às 18h48.

O diretor-geral da Polícia Rodovia Federal, Antônio Fernando Oliveira, afirmou nesta quarta-feira que não irá aceitar nenhuma "investida contra a democracia" por parte da corporação. A declaração foi dada durante a posse da diretoria da PRF ocorrida na sede da instituição, em Brasília.

A PRF não tem partido e não irá compactuar com qualquer investida contra a democracia, disse ele, ressaltando que a sua posse ocorre há exatamente um mês dos ataques às sedes dos Poderes, em Brasília.

Em seu discurso, Oliveira afirmou que assume o cargo com a missão de resgatar a "essência cidadã" da PRF e criticou a gestão anterior:

Nos últimos anos, atos isolados, alguns que eu considero abomináveis, lançaram sobre a PRF um véu de desconfiança. A reputação lapidada ao longo de décadas se viu atingida e maculada.

Oliveira anunciou que a corporação voltará a oferecer matéria de direitos humanos nos cursos de formação e reciclagem dos agentes. Os policiais irão estudar protocolos de abordagem policial a grupos vulneráveis, disciplina retirada da grade curricular no ano passado. Também está sendo criada uma coordenação de direitos humanos para auxiliar o efetivo.

“Sei que cada servidor público tem suas preferências e olhar político. Isso não nos importa. Características não podem anular o dever principal de cumprir a lei”, disse o ministro da Justiça, Flávio Dino, em discurso direcionado aos policiais presentes durante a cerimônia.

Não me impressiona o fato de uma instituição haver os bons e os maus. O que temos que zelar é que a imensa maioria dos bons não seja contaminada ou encoberta pelos maus, afirmou. O nosso trabalho tem que ser pelo bem do Brasil.

Ele foi categórico ao afirmar que os policiais envolvidos nos atos antidemocráticos do dia 8 serão responsabilizados:

Não há um olhar para fatos isolados. Para isso, existe a Constituição. Que cada um responda com sua culpabilidade. Mas vai responder, isso eu afirmo.

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