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Novo comandante vai preparar saída do Exército da Maré

General Ricardo Rodrigues Canhaci substituiu o general Francisco Mamede de Brito Filho no comando da Força de Pacificação do Complexo da Maré

General Ricardo Rodrigues Canhaci substitui o general Francisco Mamede de Brito Filho no comando da Força de Pacificação da favela da Maré (Fernando Frazão/Agência Brasil)

General Ricardo Rodrigues Canhaci substitui o general Francisco Mamede de Brito Filho no comando da Força de Pacificação da favela da Maré (Fernando Frazão/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 15 de outubro de 2014 às 23h13.

Rio de Janeiro - A Força de Pacificação do Complexo da Maré, na zona norte do Rio, tem a partir de hoje (15) um novo comandante. O general Ricardo Rodrigues Canhaci substituiu o general Francisco Mamede de Brito Filho.

A mudança da tropa está sendo feita desde 6 de outubro. Na cerimônia de passagem de comando, Canhaci explicou que a tropa que o acompanha, com efetivo de 3 mil soldados, é experiente, com militares que participaram da Operação Arcanjo no Complexo do Alemão, e que estiveram na Força de Paz no Haiti.

De acordo com ele, esta é a última parte da missão do Exército na Maré.

“É um trabalho de continuidade. Obviamente a missão tem as suas peculiaridades de cada fase. Nós vamos trabalhar dentro da realidade do nosso momento, com esse objetivo, de hegarmos em 31 de dezembro com a região dentro de uma paz social, dentro de uma situação para que a Polícia militar possa implementar as unidades de Polícia Pacificadora [UPPs]”.

De acordo com o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, que esteve presente na cerimônia, o comando é trocado a cada 90 dias e a previsão é que Canhaci seja o último comandante da Operação São Francisco, iniciada no dia 5 de abril com a ocupação do complexo de favelas.

Beltrame destacou que, apesar dos recentes tiroteios na região, a situação na Maré melhorou.

“Eu acho que já está melhor, ruim estava antes. Se você analisar que antes não se podia passar a metros dali. Hoje você já consegue ir lá, as pessoas conseguem entrar. Mas é uma luta, não é uma coisa fácil, não tem jogo ganho. É um trabalho que tem que ser feito e começou a ser feito. Eu diria que está no início, não só a ocupação por parte do Exército, mas como o processo todo de UPP. Nós temos que reverter um quadro muito antigo, muito difícil, mas a proposta é de seguir firme nesse propósito e sempre nos cobrando e achando que tem coisas a fazer e coisas a melhorar”, disse.

A tenente-coronel da Polícia Militar Cláudia Lovain, coordenadora da quinta área de Polícia de Pacificação, que está sendo criada para abranger o Complexo da Maré, explica que o trabalho de implantação das UPPs na região já começou, mas ainda não há data prevista para a inauguração.

“A princípio nós vamos instalar quatro UPPs na área em que o Exército está atuando. A gente tem feito essa parceria com o Exército, inclusive na sugestão de local para a implantação das sedes das UPPs. Eles têm ajudado a gente. Eu já visitei os possíveis locais com eles, e a gente está fazendo todo o planejamento para a implantação”, disse.

A previsão é que cerca de 1.600 policiais militares atuem nessas UPPs. O presidente da Associação de Moradores do Parque União, Ederaldo Batista dos Santos, disse que a situação da comunidade melhorou com a presença do Exército.

“Estão trabalhando direito, tá bom, tá uma uva, melhor eles do que outros. Graças a Deus eles respeitam para serem respeitados. Então a gente tem a quem recorrer, vem aqui no batalhão, vamos brigar, debater, ver onde estão os erros. Fica melhor para a gente porque eles vão lá na nossa comunidade, os grandões, é coronel, é capitão, é major, tem como a gente reclamar e eles atender a gente”, disse.

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