Bolsonaro: ministro dp STF pode divulgar vídeo da reunião ministerial na íntegra
Da Redação
Publicado em 18 de maio de 2020 às 06h08.
Última atualização em 18 de maio de 2020 às 09h15.
A semana deve começar quente com os desdobramentos do vídeo de uma reunião ministerial que disparou uma briga de narrativas.
É mais uma peça num quebra cabeças que ficou mais complexo no fim de semana. O empresário Paulo Marinho, suplente de Flávio Bolsonaro, afirmou ao jornal Folha de S. Paulo que o senador soube com antecedência de operação da PF que tinha o ex-assessor Fabrício Queiroz como alvo. A Polícia Federal abriu uma investigação interna sobre o caso. Flávio Bolsonaro nega. Paulo Marinho pediu proteção policial.
As crescentes suspeitas de interferência na Polícia Federal começaram quando o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, no seu pronunciamento de demissão, disse que o estopim para sua saída havia sido a pressão do presidente Jair Bolsonaro. Essa intenção de interferir na PF estaria provada por frases ditas pelo presidente na reunião ministerial do dia 22 de abril, que foi gravada.
A partir daí, um inquérito para apurar as acusações de Moro foi aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR). Entre idas e vindas e protestos das partes, o vídeo da reunião foi entregue na sexta-feira (08).
Alguns dias depois, foi exibido exclusivamente aos advogados de Moro e membros da Advocacia-Geral da União, assim como a investigadores envolvidos no caso. Uma série de vazamentos sugere que o conteúdo do vídeo é explosivo para o presidente, o que gerou forte impacto no mercado.
Na sexta-feira (15), o STF informou que o decano Celso de Mello, sorteado relator da ação, assistiria ao vídeo na íntegra nesta segunda-feira (18) para então decidir sobre sua divulgação. Ela pode ser integral, como quer Moro, ou parcial, como querem a PGR e a AGU.
De uma forma ou de outra, o vídeo deve pautar a semana tanto por suas potenciais consequências jurídicas, que no limite podem levar ao afastamento do presidente, quanto políticas, já que o governo vem se envolvendo em crises sucessivas em meio ao agravamento da pandemia do novo coronavírus. O mercado financeiro e o público estarão atentos.