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Novas imagens reabrem investigação do caso Amarildo

O Jornal Nacional exibiu imagens que mostram um carro do Bope carregando um volume que poderia ser o corpo do ajudante de pedreiro


	Protesto sobre desaparecimento de Amarildo
 (Fernando Frazão/ABr)

Protesto sobre desaparecimento de Amarildo (Fernando Frazão/ABr)

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Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2015 às 23h01.

São Paulo - Novas imagens obtidas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) podem esclarecer o que aconteceu com Amarildo de Souza, o ajudante de pedreiro que sumiu há 2 anos na comunidade da Rocinha, na capital fluminense.

Exibidas hoje pelo Jornal Nacional, as imagens de uma câmera de segurança mostram viaturas do Bope, o Batalhão de Operações Especiais, circulando pela comunidade, sendo que em uma delas é possível identificar um volume similar ao de um corpo.

No vídeo, gravado no dia 14 de julho de 2013, é possível ver 6 caminhonetes do Bope andando pela comunidade à noite, após às 23 horas, 5 horas depois de o ajudante de pedreiro ser levado para a UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha.

Após peritos usarem programas de computador para analisar o vídeo, foi possível identificar um volume no chão da carroceria do último dos carros, na qual também estavam 4 policiais. 

A promotora Carmem Eliza Bastos de Carvalho afirmou ao Jornal Nacional que "esse volume é compatível com um cadáver", apesar de reiterar que é apenas uma possibilidade que deve ser investigada. Ainda de acordo com a promotora, o corpo teria sido colocado em uma capa de moto e enrolado com fita isolante.

O GPS do carro que levava o volume suspeito foi desligado durante 58 minutos, em um trajeto de 550 metros entre a saída da UPP e uma rua da Rocinha.

Depois, as imagens mostram os policiais descendo da caminhonete, que vai embora logo em seguida.

O caso Amarildo

A primeira investigação feita pelo MP-RJ concluiu que Amarildo foi torturado por duas horas dentro da UPP da Rocinha com choques elétricos, espancamento e simulação de afogamento. 

Ele foi levado para a Unidade para interrogatório sobre suposto envolvimento com traficantes.

O então comandante da UPP, Major Edson Santos, e mais 25 policiais militares foram denunciados pelos crimes de tortura, ocultação de cadáver, fraude processual e formação de quadrilha.

Apesar das diversas buscas da Polícia Civil na região, o corpo de Amarildo de Souza nunca foi encontrado.

Como forma de reparação à família, a Justiça determinou que o Estado pagasse uma pensão mensal de 1 salário-mínimo e tratamento psicológico à mulher, aos seis filhos e três parentes do ajudante de pedreiro.

O caso provocou uma série de protestos contra a impunidade e a violência policial.

Texto atualizado às 21h51

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