Brasil

Novas drogas contra hepatite C são até seis vezes mais eficazes

Segundo testes realizados em São Paulo, os medicamentos Telaprevir e a Boceprevir apresentaram índice de cura de 75% em pacientes que nunca fizeram tratamento

O resultado positivo foi mais expressivo em pacientes que já haviam feito o tratamento convencional, casos em que as novas substâncias alcançaram índice de cura de 88% (stock.XCHNG)

O resultado positivo foi mais expressivo em pacientes que já haviam feito o tratamento convencional, casos em que as novas substâncias alcançaram índice de cura de 88% (stock.XCHNG)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de novembro de 2011 às 11h30.

São Paulo - Duas novas drogas contra a hepatite C, que estão sendo testadas no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, apresentaram até seis vezes mais eficácia do que os medicamentos usados no tratamento convencional. A Telaprevir e a Boceprevir, recém-aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a utilização no Brasil, apresentaram índice de cura de aproximadamente 75% em pacientes que nunca fizeram tratamento contra a hepatite C. Com o tratamento tradicional (com Interferon e Ribavirina), a cura chegava, em alguns casos, a 40%.

O resultado positivo às novas drogas foi mais expressivo em pacientes que já haviam feito o tratamento convencional, mas tinham apresentado recaídas. Nesses casos, as novas substâncias alcançaram índice de cura de 88%, ante 15% obtidos com os medicamentos convencionais.

“A eficácia tem se mostrado até mesmo na redução do tempo de tratamento, diminuindo de um ano para a média de nove a 11 meses”, diz o médico Roberto Focaccia, responsável pelos estudos. Segundo ele, dos nove pacientes tratados no Emílio Ribas com o Telaprevir, oito tiveram a cura da doença.

As duas novas drogas ainda não são fornecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A previsão é que, apenas no segundo semestre de 2012, os dois novos medicamentos passem a ser ofertados na rede pública de saúde. Em unidades particulares, o tratamento custa hoje em torno de R$ 9 mil por mês. Segundo Focaccia, há no Brasil cerca de três milhões de pacientes que serão beneficiados pelas novas drogas quando passarem a ser oferecidas pelo SUS.

Os testes do Emílio Ribas são feitos concomitantemente em outros países, todos sob supervisão da FDA (Food and Drug Administration), a agência reguladora de medicamentos norte-americana.

A hepatite C é uma doença grave, que pode evoluir para o câncer de fígado ou levar o paciente a fazer transplante hepático. É transmitida pelo sangue, principalmente por utensílios de uso pessoal, como tesouras, pinças e alicates de unhas. A transmissão sexual não é comum. Os grupos de maior risco são os pacientes receptores de sangue, usuários de drogas endovenosas, pacientes em hemodiálise e trabalhadores da área de saúde. De 1% a 1,5% dos brasileiros são portadores crônicos do vírus causador da doença, o HCV.

Acompanhe tudo sobre:DoençasHepatiteRemédios

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas