Carros estacionados: a expectativa é acabar com a ação dos flanelinhas e as fraudes no serviço (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 21 de janeiro de 2014 às 13h41.
São Paulo - O novo sistema de Zona Azul eletrônica que a Prefeitura planeja implementar em São Paulo permitirá aos motoristas reservar vagas na rua antes de sair de casa, por meio de aplicativos no celular, e pagar o serviço usando o Bilhete Único.
Com a atualização do sistema, o que incluirá a instalação de parquímetros, há a expectativa de acabar com a ação dos flanelinhas e as fraudes no serviço, além de ampliar a rotatividade das vagas.
Em uma audiência pública realizada ontem na zona oeste da capital paulista, o secretário municipal dos Transportes, Jilmar Tatto, afirmou que espera iniciar o projeto ainda neste ano. O edital será lançado em 20 de fevereiro.
Em dois anos, até o fim da gestão Fernando Haddad (PT), todo a área de Zona Azul da cidade deverá estar alterada para a modalidade eletrônica, que será gerida por uma empresa ou consórcio, por meio de concessão pública.
"Você aumenta a mobilidade, reduz o tempo que o usuário do carro fica no trânsito, procurando vaga, diminui o congestionamento. A própria CET detecta que um dos motivos do problema do trânsito em São Paulo é o tempo que a pessoa fica para aguardar ou procurar uma vaga", disse Tatto.
Trata-se de uma das primeiras grandes medidas voltadas ao transporte individual tomadas pelo governo Haddad. A outra é a ampliação do rodízio para mais 371 km de vias, prevista para abril.
Para Silvio Médice, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Engenharia de Trânsito (Abeetrans), São Paulo está atrasada na gestão de tráfego. "A eletrônica veio para ajudar. Traz benefícios diretos e indiretos, como a redução da emissão de poluentes."
Não foram divulgados custos do projeto, mas a quantidade de vagas de Zona Azul poderá saltar das atuais 36.771 para 60 mil - o número exato constará do edital, bem como se a concessão durará por 20 ou 30 anos.
Para Tatto, o modelo atual de estacionamento rotativo pago na capital, baseado em talões de papel, é "atrasado". Ele leva em conta o que é praticado em outras metrópoles, como Londres, Amsterdã, Paris e Nova York. Elas têm redes de parquímetros.
E mesmo cidades brasileiras, como Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, e São Carlos, no interior paulista, contam há anos com esse tipo de sistema.
Eficiência
A Secretaria Municipal dos Transportes informou que pretende ampliar o faturamento da Zona Azul com o mecanismo eletrônico. Na forma vigente hoje, em média, apenas quatro veículos pagam por dia para usar cada vaga. "É muito pouco", disse Tatto.
Dessa forma, das 66 horas semanais disponíveis por vaga, só 16 horas trazem receita para a CET. Na modalidade eletrônica, o aproveitamento irá aumentar.
Com o sistema proposto, o motorista poderá ver em seu smartphone, por exemplo, o número de vagas em um quarteirão, em tempo real. Também serão apresentados os custos de cada estacionamento, já que o valor deverá variar de região para região - hoje o preço é fixo: R$ 3 por folha de Zona Azul.
O acesso ao vivo a essas informações será possível graças a sensores instalados no asfalto nas vagas de Zona Azul, que indicarão para uma central os pontos onde já há carros estacionados. A reserva de vaga antecipada ocorrerá por meio do aplicativo, com pagamento pela internet.
Uma luz vermelha piscará na vaga indicando sua indisponibilidade para outros motoristas. Quem desrespeitar terá de enfrentar multa ou guinchamento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.