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Nova política industrial sai no fim do mês, diz Pimentel

Governo quer mudar os incentivos para melhorar a competição com a China

Fernando Pimentel: quem investir em inovação terá subsídios fortes do governo (Antonio Cruz/ABr)

Fernando Pimentel: quem investir em inovação terá subsídios fortes do governo (Antonio Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 7 de julho de 2011 às 13h35.

Paris - "Nunca convivemos com um câmbio tão desfavorável no Brasil", disse hoje o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel. Segundo ele, o dólar está "extremamente desvalorizado", o que representa dificuldades para a indústria no País. O ministro disse que a presidente Dilma Rousseff lançará a nova política industrial no fim de julho, baseada no incentivo à inovação, melhor forma de competir com a China.

"Haverá subsídios e desonerações fortes para quem investir em inovação", disse. "É a única forma de competir com o gigante asiático, pois a disputa no chão de fábrica é impossível", afirmou, referindo-se aos baixos custos de produção na China.

A nova política trará desonerações, afirmou o ministro. Segundo ele, o objetivo é aliviar a carga tributária sobre a inovação, insumos (como energia elétrica, telecomunicações e combustíveis) e a folha de pagamento. "A questão é saber qual é o espaço fiscal, mas haverá desonerações com certeza", disse.

Pimentel avalia que o País tributa pesadamente quem contrata trabalhadores, o que não é moderno. Sobre os insumos, disse que se trata de uma preocupação do governo, pois a atual estrutura tributária não funciona mais. A desoneração nessa área, avalia, é importante para reduzir os custos de produção.

"Não se pode fazer isso da noite para o dia, mas precisamos começar a fazer agora", disse. O ministro também considera importante mudar o esquema do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), considerado um imposto "anacrônico". "Há quase um acordo entre os governadores de que mudar o ICMS é fundamental."

O ministro afirmou também que a taxa básica de juros brasileira (taxa Selic) é incompatível com os fundamentos do País. "Não precisamos e não devemos praticar", disse.

Ele afirmou que o Brasil carrega uma herança do passado, mas que irá caminhar para um ajuste nos juros - classificado pelo ministro como um dos principais pontos do chamado custo Brasil. "É preciso dar um recado para o setor financeiro, é preciso começar a fazer essa transição (para juros menores)." Para Pimentel, não faz sentido o Brasil ter taxas de juros de quatro a cinco vezes maiores que as registradas em outros países.

Fusão de varejistas

A proposta de fusão entre o Pão de Açúcar e as operações do Carrefour no Brasil é um "assunto de empresa privada, não do governo", disse hoje o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel. "As companhias é que devem resolver".

O ministro reafirmou que, do ponto de vista do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a transação pode ser positiva. Pimentel participou hoje do 2.º Brazil Business Summit, em Paris.

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