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Nova política externa do Brasil será ao estilo de Trump

Uma fonte do futuro governo esboçou intenções de cortar a dependência da China, aumentar o papel do Brasil no Oriente Médio e pressionar a Venezuela

Bolsonaro: o futuro governo ainda não definiu detalhadamente como pretende implementar suas propostas de política externa (Ricardo Moraes/Reuters)

Bolsonaro: o futuro governo ainda não definiu detalhadamente como pretende implementar suas propostas de política externa (Ricardo Moraes/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 27 de novembro de 2018 às 14h49.

O novo governo do Brasil quer uma política externa assertiva ao estilo Trump. Não é possível saber exatamente como será.

Em entrevista à Bloomberg News, um integrante do alto escalão do governo de transição do presidente eleito Jair Bolsonaro esboçou intenções de cortar a dependência do Brasil da China, aumentar o papel do Brasil no Oriente Médio e pressionar o governo cada vez mais autoritário em Caracas.

Em comentários que ecoaram falas de Donald Trump, a fonte criticou as vantagens comerciais injustas da China e prometeu uma linha mais dura sobre a Venezuela.

Mas existem alguns obstáculos para essas ambições. A China é o principal parceiro comercial do Brasil. A crise da Venezuela não oferece respostas fáceis.

E o aprofundamento dos laços com Israel, com a possível transferência da embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém, como Bolsonaro propôs, corre o risco de comprometer o relacionamento do Brasil com os países árabes e o enorme superávit comercial que o acompanha.

Faltando pouco mais de um mês para a posse, o futuro governo ainda não definiu detalhadamente como pretende implementar suas propostas de política externa. Mas o assessor disse que o próximo governo buscará mais oportunidades para acordos comerciais, especialmente em bases bilaterais e não multilaterais.

Sob Bolsonaro, que venceu as eleições com uma plataforma de extrema-direita, o Itamaraty também defenderá valores cristãos, segundo a fonte. Aqui estão alguns dos pensamentos que aparecem nos corredores do governo de transição:

O Brasil deve apontar que a China não é uma democracia e não tem liberdade de expressão ou empreendedorismo. O governo Bolsonaro deve reduzir a dependência do Brasil do gigante asiático. Bolsonaro pretende transferir a embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, tendo em mente que Israel é a Terra Santa para milhões de brasileiros evangélicos.

A atitude da Arábia Saudita para com Israel é admirável. Existe uma ligação entre a diminuição do terrorismo no Ocidente e a nova abordagem pró-saudita impulsionada por Trump.

O Brasil deve endurecer sua posição sobre a Venezuela e condenar o papel da China e da Rússia no apoio ao governo do presidente Nicolas Maduro.

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